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Farmacêutica alemã tenta evitar execução de réu nos EUA

11 de agosto de 2018

Fresenius Kabi, fabricante de um dos componentes a ser usados na execução no Nebraska, tenta vetar aplicação da pena de morte, afirmando que estado obteve ao menos uma das drogas da injeção letal sem seu consentimento.

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Symbolbild Todesstrafe Giftspritze
Foto: BilderBox

O estado de Nebraska, nos Estados Unidos, planeja realizar na próxima terça-feira (14/08) sua primeira execução em 21 anos, mas a farmacêutica alemã Fresenius Kabi, fabricante de um dos quatro componentes da injeção letal, está tentando evitá-la.

Na sexta-feira, um juiz federal em Omaha (Nebraska) rejeitou o pedido da empresa farmacêutica alemã, que já anunciou que apresentará um recurso perante a próxima instância superior, o Tribunal de Apelações do Décimo Circuito dos Estados Unidos.

O juiz Richard Kopf disse que "não permitirá" que a Fresenius Kabi "frustre o desejo" do réu, Carey Dean Moore, que declarou querer ser executado.

Segundo a Fresenius Kabi, o estado de Nebraska obteve pelo menos uma das drogas da sua injeção letal (cloreto de potássio) sem o seu consentimento. Um juiz estadual ordenou em junho que as autoridades liberassem documentos que pudessem revelar a origem dos medicamentos, mas o estado apelou dessa decisão.

Como a fonte das drogas permanece incerta, Kopf disse que as preocupações de Fresenius Kabi seriam muito especulativas para deter a execução.

Má reputação

O cloreto de potássio é o último de uma combinação de quatro drogas que o estado de Nebraska pretende administrar a Moore e serve para parar o coração.

A farmacêutica alemã alega que vendeu a droga por engano e que o estado se recusou a devolvê-la. As empresas farmacêuticas europeias e americanas se recusaram durante a última década a vender seus produtos para execuções por conta da pressão dos ativistas contrários à pena de morte e da má reputação que ela traz.

David Moore, gêmeo do preso, disse ao jornal local Omaha World-Herald que seu irmão está satisfeito com a decisão de Kopf. "Estou muito aliviado, quero o que Dean quer", acrescentou.

Moore, de 60 anos, foi condenado a morte por assassinar dois taxistas em Omaha, em meados de 1979.

Incerteza sobre futuras execuções

A execução de Moore será a primeira com injeção letal da história de Nebraska, já que nas anteriores, ainda foram utilizadas a cadeira elétrica, método declarado inconstitucional no estado em 2008.

Além disso, também será a primeira execução depois que 61% dos eleitores apoiaram em referendo, no ano de 2016, a restituição da pena de morte, anulando assim a abolição que um ano antes havia passado pelo Legislativo estadual.

Com quase 40 anos preso, Moore é o réu que está mais tempo no corredor da morte de Nebraska, de um total de 12.

Em depoimento feito sob juramento, o diretor do Departamento de Serviços Correcionais do Nebraska, Scott Frakes, disse nesta quinta-feira que contatou ao menos 40 fornecedores em seis estados e encontrou apenas um que concordou em fornecer à sua agência os componentes necessários para a injeção letal.

Mas esse fornecedor não está disposto a vender mais seus medicamentos. O estado também observou que a validade de uma de suas drogas vai expirar em 31 de agosto, o que deixará o estado sem condições de realizar futuras execuções.

CA/efe/afp/ap

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