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Extração de petróleo e gás diminui na Alemanha

(rr)1 de março de 2005

O petróleo é um dos principais assuntos da viagem do premiê alemão ao Golfo Pérsico. No Catar, Schröder tenta atrair investimentos para empresas de extração alemãs, enquanto em casa o setor enfrenta dificuldades.

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Concorrência com energia eólica e política ecológica dificultam extração de gás natural no Mar do NorteFoto: AP

O chanceler federal alemão Gerhard Schröder chegou nesta terça-feira (01/03) ao Catar, terceira estação de sua viagem de sete dias pela região do Golfo Pérsico, onde visitará uma planta petroquímica de produção de adubos construída pela empresa alemã Uhde.

Schröder in Kuwait Inbetriebnahme Kraftwerk
Schröder inaugurou usina no KuweitFoto: dpa

Schröder aproveitou a viagem para encontrar-se com representantes do setor econômico e angariar novas encomendas para empresas alemãs. Afinal, o emirado – cuja economia, baseada fortemente na extração de petróleo e gás natural, cresceu aproximadamente 57% nos últimos cinco anos – é um dos países mais ricos do mundo.

O petróleo é assunto central de quase todos os encontros de Schröder na região. Assim como na Arábia Saudita, no Kuweit e agora em Catar, o premiê debaterá a questão nos demais países que visitará: Barein, Iêmen, Omã e Emirados Árabes Unidos. "Estamos muito preocupados com os recentes aumentos do preço do petróleo e esperamos que os países exportadores façam de tudo para evitar a redução da produção e, desde que tecnicamente possível, para expandi-la", apelou Schröder.

Moeda pesa dos dois lados

Em casa, produtores de petróleo e gás natural alemães encaram os resultados de 2004 com sentimentos mistos. De um lado, eles comemoram o fato de terem conseguido empregar técnicas novas e mais efetivas, aumentando a extração de gás natural em território estrangeiro em quase 12%.

Mas esse é apenas um lado da moeda, esclarece o presidente da federação das empresas do setor e chefe da ExxonMobil na Alemanha, Gernot Kalkoffen. Segundo ele, no ano passado, as empresas extraíram 7% a menos do solo alemão que em 2003. "Nossa produção diminuiu, porque na Alemanha temos que lutar cada vez mais para compensar o esgotamento natural dos campos", disse. "Além do mais, o preço do gás natural não subiu tanto quanto o do petróleo."

A Alemanha produz apenas um quinto do total de gás natural que consome. E, mesmo que o preço do produto tenha aumentado para o consumidor final, ele subiu relativamente pouco para os produtores, "devido à alta do euro e pelo fato de ser independente do preço do petróleo", explica Kalkoffen.

Concorrência com energia eólica

Além disso, produtores alemães precisam investir cada vez mais para manter a produção nos níveis atuais, uma vez que as novas fontes são cada vez mais difíceis de se explorar. É preciso desenvolver técnicas mais efetivas, por exemplo, para extrair o gás natural acumulado em camadas rochosas mais profundas – o chamado tight gas. "Na Alemanha, vemos um bom potencial na extração de tight gas e também em regiões como a costa do Mar do Norte", disse Kalkoffen.

Schafe weiden in der Nähe von Windrädern in Klanxbuell an der Nordsee
Hélices de produção de energia eólica em Klanxbuell no Mar do NorteFoto: AP

Lá, entretanto, ainda é preciso enfrentar a concorrência com os fornecedores de energia eólica nos terrenos em que a extração é permitida. Segundo Kalkoffen, ainda não estão claras as conseqüências econômicas do fato de a Alemanha ter registrado a região como reserva ecológica perante a União Européia.

Produtores buscam saída no exterior

Como as oportunidades em território nacional são poucas, essas empresas aumentam seus investimentos em outros países. Mais de 80% do petróleo extraído por empresas alemãs provêm do exterior, principalmente da Líbia. Mas até mesmo esse índice diminuiu em 2004.

Já quanto ao gás natural, a produção aumentou consideravelmente no ano passado. Embora 75% da extração seja feita em território alemão, essa proporção tende a diminuir. "Os alemães têm transferido a extração de gás natural aos Estados Unidos, à América do Sul e também ao norte da África", explica Kalkoffen. "O aumento da produção lá fora é muito positivo. Nos últimos anos, registramos um crescimento e acreditamos que isso continuará nos próximos anos."