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Brasil: Expectativa de vida supera patamar pré-pandemia

29 de novembro de 2024

Brasileiros nascidos em 2023 devem viver, em média, 76,4 anos, 11 meses a mais do que o índice de 2019. Mortalidade infantil teve leve aumento.

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Brasileiros idosos aguardam em fila para atendimento no serviço público.
Expectativa de vida ao nascer atinge maior patamar da série histórica do IBGEFoto: Robervaldo Rocha/Câmara Municipal de Manaus

A expectativa de vida ao nascer no Brasil subiu para 76,4 anos e superou o patamar pré-pandemia, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (29/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados mostram uma retomada na esperança de vida do brasileiro e são referentes aos nascidos em 2023. Para homens a expectativa de vida é de 73,1 anos, para mulheres, 79,7 anos.

O IBGE também revisou o indicador dos períodos anteriores. Em 2019, um ano antes da pandemia de covid-19, por exemplo, a estimativa era de 76,2 anos. O índice despencou para 72,8 em 2021 e voltou a subir em 2022, quando atingiu 75,4.

"A recuperação desse indicador a partir de 2022 reflete a redução do excesso de mortes causado pela pandemia, para ambos os sexos", afirmou Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE.

Como o cálculo considera as condições de vida da população e seu tempo de vida, o inchaço de mortes no Brasil durante a pandemia, com 700 mil óbitos por covid-19, impactou a esperança de vida dos brasileiros.

Para a pesquisadora do IBGE Cíntia Agostinho, o retorno à tendência histórica deve se manter. "A gente projeta que a esperança de vida ao nascer vá aumentando ao longo do tempo e diminuindo o diferencial entre homens e mulheres, principalmente relacionado com uma diminuição dos óbitos por causas externas", disse.

Segundo os dados, homens entre 20 e 24 anos, têm 4,1 vezes mais chances de morrer do que mulheres.

Brasileiros caminham na Rua da Alfandega, centro do Rio de Janeiro
Pandemia de covid-19 fez esperança de vida ao nascer recuar no BrasilFoto: picture-alliance/dpa/RiKa

Envelhecimento da população

O aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de fecundidade pressiona o envelhecimento da população.

Nos últimos 23 anos, por exemplo, o número de brasileiros com 60 anos ou mais quase dobrou. Hoje, os idosos são 15,6% dos habitantes. Em 2070, serão 37,8%, quase quatro a cada 10 brasileiros – a maior parcela da população.

O IBGE também aponta que a idade média da população, que era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve atingir os 48,4 anos em 2070.

O indicador de esperança de vida ao nascer é usado, por exemplo, como parâmetro para se determinar o fator previdenciário e o cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

O aumento da esperança de vida ao nascer sugere a melhora da condição de vida da população, o que é influenciado, por exemplo, pelo acesso ao sistema de saúde, alimentação, educação, índice de violência e mesmo serviços de saneamento ambiental.

Recém-nascido brasileiro em São Paulo
Na contramão do mundo, mortalidade infantil teve leve aumento no Brasil Foto: picture-alliance/AP Photo/Dr. Wellington Andraus

Mortalidade infantil tem leve aumento

Já a taxa de mortalidade infantil, que é a probabilidade de um recém-nascido não completar um ano de vida, subiu para 12,5 óbitos para cada mil nascimentos em 2023, um leve aumento em comparação com 2022, quando o índice era de 12,4.

A menor taxa foi alcançada em 2020, quando a mortalidade infantil era de 11,4 por mil nascimentos.

Já mortalidade de crianças menores de 5 anos ficou estável nos últimos 2 anos, quando 14,7 brasileiros nascidos vivos não completavam os 5 anos de idade.

"Neste grupo etário, a intensidade com que a mortalidade atua concentra-se no primeiro ano de vida, representando 85% dos óbitos nessa faixa", explica Izabel Marri.

gq (Agência Brasil, Agência IBGE)