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Ex-assessor de Flávio Bolsonaro falta a depoimento de novo

21 de dezembro de 2018

Defesa diz que Fabrício Queiroz precisou ser internado. Ele seria ouvido para explicar movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em sua conta corrente.

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Tarcisio Gomes de Freitas, Flavio Bolsonaro und Jair Bolsonaro
Flávio Bolsonaro, entre o novo ministro da Infraestrutura Tarcisio Gomes de Freitas, e seu pai, Jair BolsonaroFoto: Wilson Dias/Agência Brasil

O ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL), o policial militar Fabrício Queiroz, faltou pela segunda vez a um depoimento na sede do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ).

Queiroz seria ouvido pelo Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal (Gaocrim) para explicar uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em sua conta.

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O depoimento estava marcado para esta sexta-feira (21/12). A data foi escolhida após o ex-assessor faltar à apresentação original,  prevista para ocorrer na última quarta-feira.

Na ocasião, a defesa de Queiroz justificou a ausência alegando que ele teve uma "inesperada crise de saúde" e precisava fazer exames médicos de urgência. Nesta sexta-feira, após a segunda ausência, a defesa afirmou que Queiroz "precisou ser internado na data de hoje, para realização de um procedimento invasivo com anestesia". Ainda segundo os advogados, o quadro do ex-assessor "será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos".

A defesa ainda afirmou que vai apresentar laudo médicos ao MP-RJ até a próxima quarta-feira.

Após mais essa ausência, o Ministério Público informou que vai enviar um ofício ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano (PT), para sugerir o comparecimento do próprio Flávio Bolsonaro no dia 10 de janeiro para que ele preste esclarecimentos.

O nome de Fabrício Queiroz consta em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) que aponta uma movimentação de R$ 1,2 milhão em uma conta em nome do ex-assessor. O relatório integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que prendeu deputados estaduais no início de novembro.

O relatório também identificou um depósito de Queiroz no valor de R$ 24 mil na conta bancária da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou no início do mês que o valor se referia ao pagamento de um empréstimo feito a Queiroz.

Existe a suspeita é de que o PM fosse o responsável por recolher uma parte dos salários de outros assessores do gabinete de Flávio Bolsonaro. A prática já foi registrada em câmaras municipais e assembleias pelo Brasil e é ilegal. Flávio Bolsonaro nega essa possibilidade. Queiroz foi exonerado do gabinete dele em outubro.

Na terça-feira, Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo Rio de Janeiro, afirmou que seu ex-assessor é quem deve explicações. "Quem tem que dar explicação é o meu ex-assessor, não sou eu. A movimentação atípica é na conta dele. No meu gabinete todo mundo trabalha", disse ele, pouco antes do início da cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos no Rio de Janeiro.

JPS/ots

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