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'Jules Verne'

Agências (sm)9 de março de 2008

A Agência Espacial Européia (ESA) lançou com êxito seu primeiro cargueiro espacial, acoplado a um foguete Ariane 5, para abastecer a Estação Espacial International. A missão "Jules Verne" é pioneira na pesquisa européia.

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Jules Verne: dez metros de comprimento e peso de 20 toneladasFoto: picture-alliance/ dpa
Foi uma aposta que deu início à Volta ao Mundo em 80 Dias, o turbulento romance de aventura do escritor francês Jules Verne que se tornou um grande sucesso há 135 anos. Essa e outras histórias de ficção científica do autor fascinaram a pesquisa espacial. Neste domingo (09/03), a Europa lançou o mais moderno cargueiro espacial, batizado de "Jules Verne". A nave, lançada na ponta de um foguete Ariane na Guiana Francesa, só precisa de 90 minutos para circundar a Terra – e sem as turbulências descritas no livro. Nave será destruída no espaço O plano é deixar o Jules Verne em órbita durante diversas semanas. Só no dia 3 de abril próximo é que a nave deverá atracar na ISS e abastecer os astronautas com alimentos, água e equipamentos. O cargueiro espacial deverá ficar acoplado à estação durante seis meses e conduzir a estação para uma órbita mais elevada. Em sua trajetória em torno da Terra, a ISS foi perdendo gradativamente a altitude. O cargueiro Jules Verne, com dez metros de comprimento e um peso de 20 toneladas, também deverá servir de "lixeira" da ISS e extrair da estação seis toneladas de detritos. Após a execução de suas tarefas, a mais complexa nave espacial jamais desenvolvida na Europa deverá incandescer na atmosfera. Segundo a Agência Espacial Européia, os custos de desenvolvimento do cargueiro Jules Verne, incluindo o centro de controle e o transporte com o lançador Ariane, somam 1,3 bilhões de euros. Após o lançamento do Jules Verne, a Europa planeja pelo menos mais quatro missões do gênero, sendo que cada uma deverá custar aproximadamente 350 milhões de euros. "Com um ATV automático (Automated Transfer Vehicle), abrimos uma nova janela no céu", declarou Helmut Luttmann, administrador da Astrium, subsidiária da EADS em Bremen. Esse mecanismo permite pela primeira vez aos europeus chegar à ISS sem auxílio de transportadores norte-americanos ou russos. Com uma capacidade de carga de 7,5 toneladas, esse cargueiro high tech é um marco no desenvolvimento de tecnologias para abastecer as estações humanas no espaço. Expectativa por missão tripulada Após o êxito do lançamento do Jules Verne, cresce no setor a expectativa de que a Europa venha a desenvolver uma nave tripulada. Em 1993, o projeto Hermes foi interrompido por razões financeiras e políticas. Desta vez, os custos poderia chegar a 10 bilhões de euros, segundo os cálculos do chefe da Arianespace, Yves Le Gall. Mas ele não tem certeza se a Europa estaria disposta a levantar essa quantia para tal finalidade. A contribuição européia para o projeto de descoberta do espaço aumenta. Em fevereiro, o laboratório científico Columbus atacou na plataforma orbital da ISS numa altitude de 400 quilômetros. Agora a combinação do foguete lançador Ariane 5 com um cargueiro espacial não tripulado abre novas possibilidades. Missões autônomas na Lua e em Marte poderiam ser os próximos passos.