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EUA podem ter registrado temperatura recorde na Terra

18 de agosto de 2020

Termômetros no Vale da Morte marcam 54,5 ºC em meio a forte onda de calor no hemisfério norte. Se validada, temperatura será a mais alta já medida com instrumentos modernos e recorde para o mês de agosto da história.

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Foto do Vale da Morte, nos Estados Unidos
O Vale da Morte é um vale desértico localizado na Califórnia e um dos lugares mais quentes do mundo no verãoFoto: picture-alliance/dpa/C. Melzer

Em meio a uma forte onda de calor no hemisfério norte, os 54,5 ºC registrados no fim de semana no Vale da Morte, na Califórnia, podem ser a mais alta temperatura já medida com instrumentos modernos em todo o mundo, disseram autoridades nesta segunda-feira (17/08).

A leitura foi feita pelo Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos às 15h41 de domingo, no Centro de Visitação Furnace Creek, no Parque Nacional do Vale da Morte, por um sistema de observação automatizado – um termômetro eletrônico embutido em uma caixa na sombra.

Foi um calor seco: a umidade caiu para 7%. Mas ao mesmo tempo parecia "incrivelmente quente", afirmou o meteorologista Daniel Berc, funcionário do escritório do Serviço Nacional de Meteorologia americano em Las Vegas, responsável pela região.

"É literalmente como estar em um forno", contou ele em entrevista por telefone à agência de notícias Reuters. Berc prevê que a onda de calor deva continuar ao longo da semana. "Hoje é outro dia em que podemos voltar a registrar recordes."

Em 1913, uma estação meteorológica localizada a meia hora de caminhada dali, também no Vale da Morte, registrou o que permanece sendo oficialmente o recorde mundial de calor: 56,7 ºC.

Mas sua validade tem sido contestada por uma série de razões: as estações meteorológicas não reportavam naquela época uma onda de calor excepcional que justifique tão alta temperatura, além de que há dúvidas sobre a competência dos instrumentos de pesquisa. Estudos recentes apontaram a possibilidade de ter havido erros na medição.

A segunda temperatura mais alta foi registrada em julho de 1931 em Kebili, na Tunísia, a 55 ºC. Mas, de novo, a precisão dos instrumentos mais antigos tem sido questionada.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), com sede em Genebra, afirmou nesta segunda-feira que começará a verificar a validade da nova medição feita no Vale da Morte.

As validações não são mera formalidade, e é comum que medições sejam rebaixadas, ou recordes de longa data sejam invalidados. Em 2016 e 2017, por exemplo, as estações meteorológicas de Mitribah, no Kuwait, e em Turbat, no Paquistão, registraram temperaturas recordes de 54 ºC.  Após avaliação da OMM, ambas temperaturas foram rebaixadas em algumas frações de grau.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA deixou claro que "a alta temperatura observada [no Vale da Morte] é considerada preliminar e ainda não é oficial".

Daniel Berc, do escritório em Las Vegas, disse à agência de notícias AFP que o sensor que fez a medição será levado para avaliação, que deverá constatar se ele está funcionando corretamente. A investigação deve levar "pelo menos alguns meses", afirmou ele.

Se as análises comprovarem a validade da temperatura, ela será a mais alta já registrada em um mês de agosto em toda a história do mundo, levando em conta também as medições com instrumentos antigos. Tanto o recorde de 1913 no Vale da Morte como o segundo lugar, na Tunísia, em 1931, foram registrados em julho, tradicionalmente o mês mais quente no planeta.

A medição ocorre num momento em que cientistas climáticos alertam para os perigos do aquecimento global. Mês passado foi o terceiro julho mais quente já registrado na história global.

EK/afp/ap/rtr/ots

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