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PolíticaBelarus

EUA querem que seus cidadãos deixem Belarus

1 de fevereiro de 2022

Departamento de Estado americano emite alerta sobre imprevisibilidade da situação no país, diante do crescente acúmulo de tropas russas nas fronteiras com a Ucrânia.

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Tanque fazendo manobra
Tanque russo em Belarus: Moscou diz que suas tropas estão no país para exercícios militaresFoto: Russian Defense Ministry Press Service/AP/picture alliance

Os Estados Unidos determinaram nesta segunda-feira (31/01) que as famílias dos funcionários do governo americano em Belarus deixem o país em meio a temores de uma possível invasão russa da vizinha Ucrânia.

O Departamento de Estado dos EUA "ordenou a saída de familiares de funcionários do governo dos EUA" de Belarus, de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira.

Washington também alertou os cidadãos dos EUA para não viajarem para Belarus, citando "a aplicação arbitrária das leis, o risco de detenção e o acúmulo de militares russos ao longo da fronteira de Belarus com a Ucrânia".

A ordem veio horas depois que Washington e Moscou entraram em confronto no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Ucrânia.

Tropas russas em Belarus

Os EUA acusaram a Rússia de planejar aumentar sua presença de soldados em Belarus para 30 mil nas próximas semanas, para se somarem aos 100 mil que deslocou para a área da fronteira ucraniana-russa. Segundo os EUA, cerca de 5 mil soldados russos já estão em Belarus.

"Vimos evidências de que a Rússia pretende expandir essa presença para mais de 30 mil soldados perto da fronteira de Belarus" com a Ucrânia no início de fevereiro, disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, durante a sessão do Conselho de Segurança.

Ela também disse que as forças ficariam a menos de duas horas ao norte de Kiev, a capital ucraniana.

Washington chamou o envio de tropas russas à fronteira de "ameaça à paz e segurança internacionais" e ameaçou impor sanções a oligarcas russos ricos se a Ucrânia for atacada.

O embaixador da Rússia na ONU, Vassili Nebenza, revidou, dizendo que os EUA estão provocando "histeria" e chamou a cúpula da ONU de "golpe de relações públicas".

Ele acrescentou que as tropas estão em Belarus para exercícios militares conjuntos. Enquanto isso, Belarus negou que esteja sendo usada como palco para uma invasão russa da Ucrânia.

As tensões entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia têm aumentado, apesar das negociações diplomáticas em andamento.

Rússia responde à carta dos EUA

Na noite de segunda-feira, a Rússia enviou uma resposta por escrito às propostas de Washington para diminuir as tensões com a Ucrânia.

O Departamento de Estado dos EUA não revelou o conteúdo da carta. "Seria improdutivo negociar em público, então deixaremos para a Rússia se, caso queira, discutir sua resposta", disse uma porta-voz do Departamento de Estado, acrescentando que Washington continuará a consultar seus aliados e parceiros, incluindo a Ucrânia.

Na semana passada, o governo dos EUA enviou uma carta ao Kremlin respondendo às preocupações de Moscou sobre a segurança na Europa.

Moscou disse que não tem planos de invadir a Ucrânia, mas exigiu garantias da Otan de que nunca vai permitir a adesão de Kiev à aliança. As outras demandas incluem a retirada das forças da Otan da Europa Oriental e o fim da presença de armas perto das fronteiras da Rússia.

Tanto a Casa Branca quanto a Otan rejeitaram as exigências, embora o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, tenha dito que eles fizeram algumas propostas interessantes sobre o que chamou de questões "secundárias".

md/lf (AFP, Reuters, DPA)