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Obama nega que EUA vivam polarização racial

9 de julho de 2016

Massacre de Dallas e morte de homens negros pela polícia levam americanos a temerem novo capítulo na conturbada relação com a questão racial. Presidente tenta aplacar ânimos: "País não está dividido como alguns sugerem."

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Obama durante a cúpula da Otan: "Americanos de todas as raças e de diferentes origens estão indignados"
Obama durante a cúpula da Otan: "Americanos de todas as raças e de diferentes origens estão indignados"Foto: Getty Images/AFP/M. Ngan

O presidente americano, Barack Obama, afirmou neste sábado (09/07) que o militar veterano que abriu fogo contra policiais em Dallas não representa a comunidade americana, e rejeitou que os Estados Unidos estejam revivendo velhas divisões raciais.

O país se viu confrontado com velhas mazelas nesta semana: os cinco policiais foram assassinados no Texas por um franco-atirador que dizia querer "matar pessoas brancas" e vingar a morte, dias antes, de dois homens negros pela polícia.

O massacre em Dallas, que tornou um protesto pacífico um cenário de horror, levou muitos americanos a temerem um novo capítulo na conturbada relação histórica dos EUA com a questão racial. Obama, porém, rejeitou qualquer comparação com os anos 1960.

"Eu acredito firmemente que os EUA não estão tão divididos como algumas pessoas sugerem", afirmou o presidente americano em Varsóvia, após uma cúpula da Otan. "Há dor, há raiva, há confusão: mas há unidade. Isso não é o que nós queremos ser como americanos."

Obama qualificou o autor do massacre em Dallas, identificado como o veterano de guerra do Afeganistão Micah Xavier Johnson, como um "indivíduo demente" e disse que o perigo é sugerir que o "ato de um indivíduo com problemas" aponte para uma realidade política maior no país.

"Os americanos de todas as raças e de diferentes origens estão indignados com os indesculpáveis assassinatos de policiais, e isso inclui os manifestantes", afirmou, em referência aos protestos dos últimos dias.

Protesto em Baton Rouge,onde Alton Sterling, de 37 anos, foi morto a tiros pela polícia na terça-feira
Protesto em Baton Rouge,onde Alton Sterling, de 37 anos, foi morto a tiros pela polícia na terça-feiraFoto: Getty Images/M. Wallheiser

Mais de 70 presos em protestos

Milhares de pessoas foram às ruas de diversas cidades americanas na sexta-feira em protesto contra a morte dos dois homens negros por policiais durante a semana.

Os manifestantes lotaram as ruas de Nova York, Atlanta e Filadélfia. Eventos em São Francisco e Phoenix também atraíram multidões. Vídeos mostraram manifestantes se reunindo também em Baton Rouge, na Louisiana, onde Alton Sterling, de 37 anos, foi morto a tiros pela polícia na terça-feira.

No total, as autoridades americanas prenderam 77 pessoas na noite de sexta-feira, em 18 cidades. A maioria das detenções, 74, ocorreu em Rochester (Nova York), onde foram registrados confrontos entre policiais e manifestantes em um protesto com cerca de 400 pessoas.

A maior manifestação foi em Atlanta, onde milhares de pessoas marcharam em passeata, cantando e exigindo justiça. O prefeito Kasim Reed disse que o protesto foi em grande parte pacífico, embora tenha havido detenções.

A sexta-feira foi o segundo dia de protestos contra o uso da força pela polícia, após as mortes a tiros de Sterling e de Philando Castile, de 32 anos, nos arredores de St. Paul, em Minnesota. Castile foi morto pela polícia durante um controle de trânsito na quarta. Minutos depois, sua namorada publicou um vídeo na internet de ele agonizando após ser baleado pelo policial.

RPR/rtr/efe/ots