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Oriente Médio

28 de setembro de 2011

Anúncio da construção de 1.100 moradias para colonos israelenses põe em risco a retomada do processo de paz e os novos esforços do Quarteto para o Oriente Médio.

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Judeus em Jerusalém OrientalFoto: picture-alliance/dpa

O plano de construção de 1.100 casas, anunciado por Israel nesta terça-feira (27/09), foi recebido com severas críticas pela comunidade internacional. Na Casa Branca, o porta-voz do presidente Barack Obama disse que o governo dos Estados Unidos está "profundamente desapontado com o anúncio".

Também na Alemanha, o ministro do Exterior, Guido Westerwelle, disse que vê a iniciativa com preocupação. "A posição crítica do governo alemão em relação à construção de assentamento é conhecida e não mudou", disse um porta-voz do ministério ao desaprovar a ação de Israel.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também condenou a decisão. "Na última sexta-feira, o Quarteto para o Oriente Médio pediu que israelenses e palestinos evitassem ações provocativas, visando a retomada das negociações de forma efetiva. Eu, portanto, deploro essa decisão e peço que as autoridades israelenses revejam o plano", diz a nota assinada por Ashton.

"Isso envia o sinal errado em tempos sensíveis", comentou Richard Miron, porta-voz do coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry. "Atividades de assentamento são contrárias ao caminho da paz e às leis internacionais e minam a perspectiva de retomada das negociações e de alcançar a solução de dois Estados para o conflito", adicionou.

As autoridades palestinas também demonstraram consternação. "Com isso, Israel responde com 1.100 'nãos' à declaração do Quarteto para o Oriente Médio", declarou o negociador Saeb Erakat, logo depois do comunicado israelense.



Plano de Israel

Israel / Siedlungsbau / Gilo / Ostjerusalem
Construções israelenses em GiloFoto: AP

As 1.100 residências serão construídas em Gilo, um assentamento em Jerusalém Oriental, segundo o Ministério do Interior de Israel. A região passou para domínio israelense em 1967, depois da Guerra dos Seis Dias, e mais tarde foi anexada.

Yair Gabbay, que trabalha para o Ministério do Interior e também atua como conselheiro em Jerusalém, disse que a decisão do governo tem a intenção de evitar que a área passe a ser de "propriedade estrangeira".
"De acordo com a Lei Básica, que é equivalente à constituição, essa área está dentro do território soberano do Estado de Israel, e estamos cumprindo nosso dever em assegurar que permanecerá dessa maneira, e não um objeto de propriedade estrangeira." Gabbay acrescentou: "Jerusalém não está à venda. Ela é e sempre será a capital de povo judeu."

Especialistas das Nações Unidas já haviam repreendido Israel pela demolição de casas de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Desde janeiro, pelo menos 387 prédios foram destruídos nesses dois locais, incluindo 140 residências. Consequentemente, 755 palestinos foram expulsos daquela região, acusam. O número de expulsões nos primeiros seis meses deste ano é maior do que o registrado em todo o ano de 2010.

A volta das negociações


O Quarteto para o Oriente Médio, formado por Estados Unidos, Rússia, Nações Unidas e União Europeia, trabalha para que Israel e Palestina retomem as negociações de paz. Para que isso ocorra, no entanto, o chefe do governo palestino, Mahmoud Abbas, impôs como condição a interrupção dos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Segundo noticiou o jornal Haaretz, as autoridades israelenses teriam apoiado a proposta do Quarteto para a retomada das negociações. O planejamento do grupo prevê que, dentro de alguns meses, representantes de Israel e Palestina encontrem-se pessoalmente para discutir o tema. Depois de três meses, as duas partes fariam propostas para a imposição da fronteira e garantias de segurança para que, até 2012, um acordo definitivo pudesse ser concluído.

NP/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler