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EUA e México chegam a acordo para substituir Nafta

27 de agosto de 2018

Crítico do atual pacto comercial entre os países da América do Norte, Trump anuncia avanço nas negociações com o México para um novo tratado, que chamou de "incrível". Futuro do Canadá no acordo segue em aberto.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Trump conversou por telefone com o presidente do México, Peña Nieto, em frente aos repórteresFoto: picture-alliance/dpa/K. Dietsch

Os Estados Unidos e o México chegaram nesta segunda-feira (27/08) a um acordo preliminar para substituir o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que também inclui o Canadá. As negociações com o governo em Ottawa devem começar em breve.

O presidente americano, Donald Trump, ao anunciar a novidade a partir da Casa Branca, chamou o novo pacto de Acordo Comercial Estados Unidos-México, antecipando sua ambição de abolir o nome Nafta, que, segundo o republicano, tem "conotação negativa".

"É um grande dia para o comércio. É um grande dia para o nosso país", afirmou Trump a repórteres no Salão Oval, de onde ele manteve um telefonema televisionado com o presidente do México, Enrique Peña Nieto. "É um acordo incrível para ambas as partes."

Peña Nieto, por sua vez, que continuou chamando o pacto de Nafta, saudou o "entendimento" entre os dois países, mas pressionou por incluir o governo canadense nas negociações. "É nosso desejo agora que o Canadá possa ser incorporado [ao acordo]", disse.

Trump garantiu que "as negociações serão iniciadas em breve", mas admitiu que as conversas com Ottawa, o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos, podem não ser fáceis.

"Podemos fechar um acordo separado ou incluí-lo no mesmo acordo", afirmou o presidente americano, que prometeu conversar em breve com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. "Se eles quiserem negociar de forma justa, nós faremos isso."

Recentemente, Trump fez pressão sobre o Canadá ao ameaçar taxar as importações de carros canadenses e deixar o país de fora de um novo bloco comercial regional.

O escritório da ministra canadense do Exterior, Chrystia Freeland, informou que ela vai viajar a Washington nesta terça-feira para dar início às negociações. "A assinatura do Canadá é necessária", defendeu um porta-voz de Freeland, antecipando que Ottawa "só vai firmar um novo Nafta que seja bom para o Canadá e para a classe média".

O ministro do Exterior mexicano, Luis Videgaray, por sua vez, garantiu que um pacto entre Cidade do México e Washington vai existir mesmo se, "por alguma razão, o governo do Canadá e dos Estados Unidos não chegarem a um acordo".

Trump vem há tempos criticando o Nafta, assinado em 1994 pelo então presidente democrata Bill Clinton, tachando-o de "o pior" acordo comercial da história. Ele culpa o pacto trilateral pelas grandes quedas no número de empregos no setor manufatureiro dos Estados Unidos.

Apesar de o Nafta ter reduzido a maioria das barreiras comerciais entre os três países, o presidente e outros críticos argumentam que o acordo incentivou os fabricantes americanos a atravessaram a fronteira ao sul para explorar a mão de obra mexicana, de salários mais baixos.

As negociações para reformular o Nafta começaram há cerca de um ano e se mostraram conflituosas. Representantes americanos e mexicanos trabalharam ao longo deste fim de semana para aparar as diferenças.

Entre os termos do novo acordo preliminar, segundo autoridades americanas, está que 75% do conteúdo automotivo seja fabricado dentro do bloco, em vez dos atuais 62,5%. Além disso, de 40% a 45% desses itens devem ser produzidos por trabalhadores que ganhem ao menos 16 dólares por hora.

Qualquer novo acordo precisa passar pelo aval do Congresso, e o tempo está ficando curto. Peña Nieto vai deixar o cargo em breve, e não há garantias de que seu sucessor, Andrés Manuel López Obrador, vá concordar com os mesmos termos.

A Casa Branca disse que pretende formalizar o pacto ainda nesta semana, seja com um ou dois países. O governo emitiria uma notificação ao Congresso na sexta-feira, informando-o que Trump vai assinar o pacto dentro de 90 dias. Os parlamentares teriam, então, que aprová-lo ou rejeitá-lo.

O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, disse a repórteres que, se as conversas com o Canadá não avançarem até o fim desta semana, Trump planeja notificar o Congresso de que chegou a um acordo somente com o México, mas que se mantém aberto a negociações com Ottawa para que este ingresse no pacto mais tarde.

EK/afp/ap/dpa/rtr

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