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Bom começo

14 de junho de 2010

Seleção alemã respondeu às expectativas dos torcedores jogando futebol ofensivo e empolgante que prometera. Os jovens Sami Khedira, Mesut Özil e Thomas Müller mostraram futebol de alto nível na goleada sobre a Austrália.

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Lahm, Müller, Mertesacker, Klose e Podolski após o jogoFoto: AP

A Alemanha chegou à África do Sul com a seleção mais jovem da sua história de mais de 70 anos em Copas do Mundo e com uma mentalidade ofensiva predominando entre os jogadores. Tanto observadores casuais quanto torcedores alemães fanáticos estavam curiosos para ver como a "Alemanha versão 2010" ia se sair. Seria cumprida a promessa de futebol vistoso e ofensivo ou o time adotaria uma tática mais segura e tradicional?

O primeiro teste para o segundo time mais jovem da Copa do Mundo – apenas Gana tem média de idade menor – foi justamente contra o mais velho, no belo Estádio Moses Mabhida, em Durban. Esperava-se que os australianos, altamente experientes, fossem um grande desafio para esta nova geração e ninguém teria criticado Löw se ele tivesse optado por uma escalação cautelosa.

No entanto, o técnico alemão lançou Holger Badstuber na lateral-esquerda, Sami Khedira no lugar de Michael Ballack no meio-campo, enquanto a dupla Mesut Özil e Thomas Müller tinha a função de abrir espaços na defesa australiana. No gol estava o também jovem Manuel Neuer, o novo camisa 1. Löw ainda tinha no banco Marcel Jansen, Toni Kroos, Marko Marin e Jerome Boateng.

Neuer parecia nervoso no início, o que é normal para um novato de 22 anos com apenas seis partidas pela seleção, mas uma defesa firme, ainda no começo da partida, lhe deu confiança.

Três minutos depois, quando a Austrália teve sua primeira chance, ele mostrou que já está à vontade. O goleiro do Schalke defendeu um chute à queima-roupa, Philipp Lahm tirou então a bola da área. A partir daí, o ataque australiano encontrou um goleiro sempre confiante, que saía do gol como um profissional, por baixo ou pelo alto. Sua distribuição de bolas também merece destaque, foi bastante inteligente.

Khedira lança a pergunta: Michael o quê?

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Sami Khedira foi eficiente na proteção da zagaFoto: AP

Sami Khedira parece ter entendido bem o que Löw esperava dele na proteção da defesa alemã. Era uma função importante, já que os australianos jogavam com uma velocidade surpreendente no ataque.

O jovem Holger Badstuber parecia um pouco apavorado com as subidas de Brett Emerton, em várias oportunidades, a inteligência de Khedira foi então crucial na cobertura do flanco esquerdo. Com o passar do tempo, Badstuber pode até ter passado a impressão de tranquilidade, mas isso só aconteceu porque Khedira garantia o lado esquerdo.

Também foi impressionante a prontidão do meio-campo do VfB Stuttgart em correr o campo inteiro, aparecendo regularmente na área australiana. Ele teve duas boas oportunidades para marcar seu gol. Seu dinamismo foi tamanho que não será surpresa se ele assumir de vez a vaga de Ballack.

O avanço alemão tinha a marca da juventude. No primeiro gol, Mesut Özil carregou a bola pelo meio-campo e lançou em profundidade para Thomas Müller. O cruzamento para trás do jogador do Bayern de Munique parecia ter sido forte demais, mas encontrou Lukas Podolski, que bateu forte para o gol.

Müller esteve acima de sua idade

Müller e Özil pareciam onipresentes, sempre dando opções um ao outro quando a Alemanha atacava. Jogando pela ponta, Müller rasgava a lateral-esquerda australiana e fazia cruzamentos quase perfeitos.

Deutsche Fußballfans in Hamburg WM 2010
Seleção empolgou torcedores em toda a AlemanhaFoto: AP

A escalação do jogador de 20 anos foi justificada não só pela sua atuação na criação de jogadas ofensivas, mas também pelas chances que ele teve de deixar sua marca. Quando ele finalmente fez seu gol – o terceiro da Alemanha –, foi um prêmio merecido após uma atuação superior à sua idade.

Özil também era uma ameaça constante, desviando dos carrinhos e se movimentando de maneira inteligente. Ele quase marcou um gol aos 30min, quando encobriu o goleiro Mark Schwarzer, mas o capitão Lucas Neill salvou quase em cima da linha. Dez minutos depois, o astro do Werder Bremen teve mais uma boa oportunidade, quando ganhou de Neill na corrida.

Alemanha 2010 joga com um estilo próprio

Enquanto o ímpeto ofensivo vinha dos mais novos, a execução ficava a cargo da velha guarda, ainda que Podolski e Philipp Lahm – que cruzou para Miroslav Klose marcar o segundo gol – não possam ser considerados veteranos.

A promessa de formação ofensiva foi posta em prática e deu muito resultado. Os dois primeiros gols podem ter saído dos pés do ataque de 2006, mas a vitalidade à qual os australianos sucumbiram era da safra 2010.

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Cacau entrou no 2º tempo e marcou um golFoto: AP

Quando Cacau entrou e fez o quarto, depois que o gol de Müller já tinha garantido a vitória, ninguém poderia dizer que esta era uma típica atuação alemã. A Austrália não tinha sido derrotada no estilo dos velhos times da Alemanha – tinha sido destroçada por uma nova proposta.

A Alemanha, com suas estrelas jovens e experientes, mostrou para que veio. Sai o futebol pragmático, entra um futebol empolgante.

Autor: Nick Amies (tm)

Revisão: Carlos Albuquerque