Estatísticas para saborear
A ideia dessa "cozinha de dados" é de Moritz Stefaner e Susanne Jaschko. Há quatro anos, eles viajam pela Europa dando oficinas sobre como elaborar dados de forma culinária.
"Nós usamos a comida para tentar extrair dessa base de dados histórias que tenham apelo pessoal e emocional", disse Susanne.
Os participantes da oficina escolhem quais estatísticas eles querem transformar em prato. De preferência um tema que seja relevante e familiar para a própria pessoa. São os chamados dados locais.
Uma das oficina aconteceu em Bruxelas, em um laboratório de gastronomia inteligente, com equipamentos modernos, como uma impressora 3D para fazer chocolate. Durante o curso tem sempre um cozinheiro profissional para dar dicas aos participantes.
Arlene foi uma das participantes e criou quatro tipos de recheios para representar as causas de morte na Bélgica. A designer demorou seis horas para rechear os chocolates levando em conta as estatísticas.
Depois de pronto, é hora da foto. Porque, afinal de contas, antes de provar as iguarias, é preciso documentar as estatísticas.
"Claro que a comida não é um meio usado normalmente para representar informação", conta o designer da informação Moritz Stefaner.
"Ela é imprecisa e não dá pra dizer exatamente que uma coisa ficou duas ou três vezes mais doce que outra, mas, ao mesmo tempo, ao representar algo de forma atrativa você passa a ver os dados de forma diferente", argumenta.
E esse é o objetivo da "cozinha de dados": fazer com que o degustador literalmente interiorize a informação.