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Escola de Televisão e Cinema de Munique, uma das mais bem equipadas do país

Soraia Vilela24 de julho de 2014

Com três salas de cinema, estúdios e ilhas de edição de última geração, a Escola de Televisão e Cinema de Munique oferece cinco opções de especialização durante a graduação e flerta com o jornalismo e a publicidade.

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Escola de Televisão e Cinema de Munique e Museu de Arte EgípciaFoto: picture-alliance/dpa

Situada num complexo que inclui também o Museu de Arte Egípcia da cidade, a HFF, como é conhecida (das iniciais do nome em alemão) a Escola de Televisão e Cinema de Munique talvez seja entre as escolas dedicadas à sétima arte no país uma das que abrem mais "concessões" a formatos televisivos, jornalísticos e até publicitários.

Depois de um curso básico comum a todas as áreas em ciência da mídia e tecnologias, o aluno pode escolher entre uma das cinco especializações oferecidas: direção de ficção para cinema e TV, direção de documentários, roteiro, direção de fotografia e produção/economia da mídia.

Além disso, há áreas suplementares agregadas aos cinco departamentos, que também servem de opção para o aluno: espaço fílmico, jornalismo para TV, publicidade, escrita criativa e imagem/luz/espaço. Conhecida pelas parcerias e proximidades com os festivais que acontecem na cidade – sejam eles de ficção ou documentários – os trabalhos dos estudantes da HFF costumam estar com frequência presentes na mídia, entre outros em função dos prêmios recebidos.

As trajetórias de quem chega à HFF de Munique também costumam ser diversas: aqueles que optam pela especialização em roteiro, por exemplo, vêm muitas vezes de experiências preliminares com jornalismo, teatro, literatura, música ou mesmo de outras áreas dentro da indústria do cinema. Em workshops regulares com roteiristas atuantes do mercado, participam até mesmo de pitchings profissionais antes mesmo de deixar a Escola.

Kracauer, Benjamin, Deleuze e Flusser

A experiência prática e a "mão na massa" são cernes importantes na formação do estudante da HFF de Munique, embora nos primeiros anos os módulos obrigatórios de ciência da mídia forneçam os subsídios teóricos para a trajetória posterior. A formação teórica é calcada em três pilares: história do cinema e da televisão, análise de estrutura dramatúrgica e teoria da mídia – abarcando este terceiro departamento, de acordo com o site da Escola, a dedicação a autores como Siegfried Kracauer, Theodor W. Adorno, Walter Benjamin, André Bazin, Gilles Deleuze, Marshall McLuhan e Vilém Flusser, entre outros.

Já a cadeira de escrita criativa, por exemplo, é oferecida na Escola pela conhecida diretora Doris Dörrie desde o ano de 1997. No curso, são desenvolvidas estratégias para incentivar a criatividade do aluno, incluindo até mesmo viagens coletivas de uma semana ao exterior, exposições sobre o próprio trabalho no saguão de entrada da Escola ou a criação de séries para a web. Publicidade, jornalismo para a TV e economia da mídia são outras áreas oferecidas ao aluno da HFF com opção.

Regisseurin Doris Dörrie Porträt
A diretora Doris Dörrie, professora de escrita criativa na HFFFoto: picture-alliance/dpa

Salas de cinema, estúdios e ilhas de edição

Ao estudante estão disponíveis na Escola nada menos que três excelentes salas de cinema – com 326, 184 e 84 lugares respectivamente – ao lado de 11 ilhas de edição não linear (com os programas Avid, Final Cut e Adobe Premiere), estúdios de cinema e televisão e câmeras não apenas digitais.

Na HFF, os alunos têm acesso a câmeras de 35 e 16mm – uma decisão que reafirma a compreensão do cinema como um ofício de alta precisão e como uma arte na qual é preciso pensar detalhadamente na composição de uma imagem antes de captá-la.

Os filmes da HFF de Munique

Apesar de não poder pegar qualquer tipo de equipamento emprestado nem poder participar dos projetos de equipe dentro da Escola, o aluno-ouvinte da HFF pode se matricular pelo período de um semestre corrido. Os interessados em saber melhor a respeito da Escola antes de enfrentarem a alta concorrência por uma vaga podem estudar de antemão as publicações da série Os filmes da HFF de Munique.

Bilder wilder Jahre. Die Filme der HFF München 1967-1979 (Buchcover)
Publicação da HFF: 'Imagens dos anos selvagens. Os filmes da HFF de Munique entre 1967 e 1979'

O segundo volume da série é dedicado aos "filhos do cinema de autor", ou seja, à geração que fez filmes no país durante a década de 1980. As publicações da HFF reúnem não apenas informações sobre os filmes realizados na Escola, mas são também compilações de depoimentos de ex-alunos como o diretor Dominik Graf, a diretora Doris Dörrie ou o produtor Bernd Eichinger, já morto. O mais célebre entre os ex-alunos da Escola de Televisão e Cinema de Munique é, sem dúvida, o cineasta Wim Wenders, que estudou ali entre 1967 e 1970.

O melhor cartão de visita de uma escola de cinema, contudo, na opinião de Heiner Stadler, professor do departamento de documentários da Escola, são os próprios filmes realizados pelos alunos. "Quanto melhores forem os estudantes, quanto melhores forem seus filmes, tanto maior será obviamente o renome da escola de cinema. Neste sentido há uma verdadeira concorrência entre as diversas escolas", conclui.

Filmfest München 2014
O cineasta Wim Wenders, ex-aluno da HFF de MuniqueFoto: picture-alliance/dpa