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Erdogan rejeita ultimato e diz que tropas vão ficar no Catar

25 de junho de 2017

Segundo presidente turco, lista de 13 exigências apresentada por países árabes é "desrespeitosa". "Aqui, vemos um ataque aos direitos de soberania de um Estado", disse.

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Türkei Recep Tayyip Erdogan in Istanbul
Foto: picture-alliance/dpa/Pool Presidential Press Service

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, denunciou neste domingo (25/06) a lista de exigências que quatro países árabes apresentaram ao Catar, que inclui um pedido para a retirada de tropas turcas baseadas no pequeno Estado do Golfo. Segundo Erdogan, a exigência da saída das tropas é "desrespeitosa". Ele também afirmou que as tropas vão ficar no país aliado, que sofre com um bloqueio sem precedentes imposto pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein.

Em discurso feito após as orações do feriado muçulmano de Eid al-Fitr, em Istambul, Erdogan disse ainda que a Turquia não pediria permissão de outros ao fazer seus acordos de cooperação de defesa. "Pedir que a Turquia retire seus soldados, infelizmente, também é desrespeitoso com a Turquia", disse.

Ele afirmou também que a Turquia continuará a apoiar o Catar. Em um sinal de apoio, o parlamento turco ratificou rapidamente, no início deste mês, um acordo de 2014 com o Catar, permitindo o envio de tropas para uma base no país. Os militares disseram que mais um contingente de 23 soldados chegou a Doha na quinta-feira (22/06). Ao todo, mais de cem militares turcos estão baseados no Catar.

Erdogan disse que fez uma oferta similar à Arábia Saudita para criar uma base no passado, mas não contou com uma reposta do rei saudita.

Crise

Em 5 de junho, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Bahrein anunciaram o corte nas relações diplomáticas e econômicas com o Catar, que acusaram de apoiar o terrorismo, na mais grave crise regional desde a Guerra do Golfo, de 1991. Na quinta-feira (22/6), os quatro apresentaram a lista de exigências, que deve ser cumprida pelo Qatar em troca do fim da crise diplomática.

Entre elas estão o fechamento da emissora de televisão Al Jazeera e de uma base militar da Turquia no Catar, além da redução das relações diplomáticas do pequeno país árabe com o Irã.

Os quatro signatários exigem ainda que o Catar corte quaisquer contatos com a Irmandade Muçulmana e outros grupos fundamentalistas islâmicos, como o xiita Hisbolá, a Al Qaeda e o "Estado Islâmico". Os quatro países deram dez dias para o cumprimento das exigências apresentadas, que incluem ainda uma soma não especificada em compensações.

O ministro das Relações Exteriores do Catar antecipou no sábado (24/6) qual deve ser reposta oficial do seu país à lista. Segundo o ministro, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, a lista não é "razoável" e nem "viável". "(A lista) confirma aquilo que o Qatar suspeita desde o início. Isto é, que o "bloqueio ilegal nada tem a ver com o combate ao terrorismo, mas apenas com o desejo de limitar a soberania do país e terceirizar a sua política internacional”.

O presidente da Turquia disse ainda neste sábado que seu país "admira e abraça" a atitude do Catar, enquanto rebatia as demandas argumentando que elas contradizem o direito internacional. "Aqui, vemos um ataque aos direitos de soberania de um Estado", disse Erdogan.

Além disso, Erdogan chamou a demanda para que o Catar desligasse a Al-Jazeera de uma tentativa de tirar a liberdade de imprensa da rede e exortou grupos de direitos humanos a se manifestarem contra isso.

JPS/ap/rt