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Erdogan acusa EUA de criar "exército terrorista" na Síria

15 de janeiro de 2018

Presidente turco critica planos dos Estados Unidos de armar milícias curdas para defender território sírio e ameaça lançar operação militar no país vizinho. EUA desejam criar força fronteiriça com 30 mil soldados.

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Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan
Erdogan diz que não permitirá criação de força fronteiriça na SíriaFoto: picture-alliance/dpa/AP Photo/B. Ozbilici

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou nesta segunda-feira (15/01) os Estados Unidos de criar um "exército terrorista" na região síria que faz fronteira com a Turquia e ameaçou enviar uma operação militar para Afrin e Manbij, áreas controladas por milícias curdas aliadas aos EUA, para acabar com os planos americanos.

"As Forças Armadas turcas resolverão o problema de Afrin e Manbij. Os preparativos já estão completos. A operação pode começar a qualquer momento", disse Erdogan num discurso em Ancara.

Neste domingo, os Estados Unidos anunciaram que apoiam a criação de força com 30 mil soldados para patrulhar fronteiras e defender o território recuperado por combatentes curdos. Para isso, os EUA pretendem armar as milícias curdo-sírias e concentrar o grupo em zonas fronteiriças com a Turquia e o Iraque. Desde 2014, os EUA lideram uma coalizão internacional que promovia ataques aéreos contra o "Estado Islâmico” (EI).

No projeto para criar uma guarda fronteiriça cooperariam as Forças da Síria Democrática (FSD), das quais a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG) é o principal integrante, e a coalizão internacional antijihadista, liderada pelos EUA. Juntos eles conseguiram no ano passado retomar o controle de Raqqa, bastião do Estado Islâmico no norte sírio.

"OS EUA agora admitem que estão criando um exército terrorista ao longo da nossa fronteira. O que temos que fazer é acabar com esse exército antes que nasça", afirmou Erdogan, que insistiu que seu país limpará de "terroristas" os 900 quilômetros de fronteira com a Síria. O presidente ressaltou ainda que Ancara "baterá com dureza" em qualquer força que ameace a Turquia.

As Forças Armadas turcas deslocaram tanques e tropas à fronteira com Afrin e a artilharia atacou nos últimos dias posições das YPG.

Tanto a região de Afrin, no noroeste da Síria e fronteiriço com a Turquia, como a de Manbij, ao oeste do rio Eufrates, são controladas pela YPG. Ancara, porém, considerada as tropas curdas "terroristas" e vê essas milícias como uma mera filial da guerrilha curda da Turquia, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Já os Estados Unidos consideram a YPG como uma das forças mais eficazes para combater o EI no norte da Síria.

Os curdos e outras minorias do norte da Síria autoproclamaram um sistema federal nas zonas sob o domínio das FSD, um projeto que causa receio em Ancara porque poderia avivar tensões na própria minoria curda na Turquia.

CN/efe/rtr/lusa

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