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"Equilíbrio fiscal é prioridade", diz Meirelles

13 de maio de 2016

Em primeiro pronunciamento após posse, ministro da Fazenda prevê medidas duras para reequilíbrio das contas públicas e não descarta tributo temporário. Presidente do Banco Central será anunciado segunda-feira.

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Henrique Meirelles, ministro da Fazenda
Foto: Antonio Cruz/ABr

Trecho da entrevista de Henrique Meirelles

O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou nesta sexta-feira (13/05) que a prioridade de sua gestão será o equilíbrio fiscal e disse que, por isso, pode ser necessária a aplicação de um tributo temporário.

"Sabemos que o nível de tributação já é elevado e que isso atrapalha o crescimento econômico. A meta é a diminuição do nível tributário, no entanto, vamos dar prioridade à questão da dívida pública e seu crescimento de maneira insustentável", declarou.

Por esse motivo, "caso seja necessário, não há dúvidas de que um tributo será aplicado, mas de modo temporário", acrescentou Meirelles, após ser questionado sobre a volta da CPMF.

O ministro participou na manhã desta sexta-feira da primeira reunião ministerial do presidente interino Michel Temer. Após o encontro, o titular foi o primeiro a conceder entrevista à imprensa, seguido de outros auxiliares, como Romero Jucá, que assume o Ministério do Planejamento.

Meirelles anunciou o nome de Tarcísio Godoy como secretário-executivo de sua gestão. Godoy ocupou o cargo também na gestão do ex-ministro Joaquim Levy. Os demais membros da equipe, incluindo o presidente do Banco Central (BC), serão revelados na segunda-feira.

Meirelles afirmou que seu gabinete já está "devidamente encaminhado". "No fim de semana vou chegar a uma conclusão e, então, fazer o anúncio de todos esses nomes", disse o titular, deixando no ar a possibilidade de Alexandre Tombini permanecer na presidência do BC.

O ministro, que foi presidente do BC de 2003 a 2010, explicou ainda que as nomeações para os bancos públicos serão feitas com base em critérios técnicos, e que avaliará nomes independentemente de filiações partidárias ou indicações.

Sobre as ações de sua gestão no comando da Fazenda, Meirelles não anunciou nenhuma medida concreta – "é importante que elas sejam anunciadas no momento certo, que estejam maturadas", justificou –, mas reiterou que o governo tomará "medidas duras" para o reequilíbrio das contas públicas.

Meirelles disse que manterá os programas sociais, por exemplo, mas conduzirá uma "avaliação bastante forte e cuidadosa". "Manter um programa social não quer dizer que manter seu mau uso", afirmou.

O ministro garantiu ainda que a inflação vai voltar para a meta e que a política fiscal vai ajudar no processo de convergência para o alvo fiscal. Neste ano, a meta é de 4,5% pelo IPCA, com margem de tolerância de dois pontos.

EK/abr/rtr/ots