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Equador começa a extrair petróleo na Amazônia

8 de setembro de 2016

Controverso projeto prevê produção de mais de 300 mil barris diários extraídos do Parque Nacional Yasuní. Reserva ambiental é território de tribos nativas e habitat de diversas espécies animais e vegetais.

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Mancha de óleo na Amazônia Equatoriana
Mancha de óleo na Amazônia EquatorianaFoto: picture-alliance/dpa/E. Patzelt

Depois de anos de discussões, o Equador iniciou a extração de petróleo numa área de proteção ambiental no Parque Nacional Yasuní, localizado no coração da Amazônia Equatoriana, próximo das fronteiras com Peru e Colômbia. O projeto prevê inicialmente a produção de mais de 20 mil barris por dia. Até 2022, a produção deve ser aumentada para 300 mil barris diários.

Durante a inauguração dos trabalhos da estatal Petroamazonas, nesta quarta-feira (07/09), o vice-presidente do país, Jorge Glas falou em uma "nova era, um novo horizonte" para todos equatorianos. Segundo o governo, serão aplicadas tecnologias e medidas ambientais para minimizar o impacto no ecossistema amazônico.

A fase de extração na controversa área conhecido como ITT (Ishpingo-Tambococha-Tiputini) ou Bloco 43 começou com a produção de 12 poços no campo de Tiputini, o único localizado fora da reserva ecológica. As autoridades planejam iniciar a extração na área de Tambococha no próximo ano.

O presidente do Equador, Rafael Correa, aprovou a exploração do ITT em 2013, depois do fracasso de seu plano que buscava o aporte financeiro de nações ricas para preservar a área e evitar a exploração. Na iniciativa, lançada em 2007, Quito queria arrecadar 3,6 bilhões de dólares – o equivalente à metade dos lucros calculados com a venda do petróleo. Apenas uma pequena parte do montante foi recebida.

Arquivo: manifestantes protestam em Quito, em 2013, contra a extração de petróleo na reserva ambiental de Yasuní
Arquivo: manifestantes protestam em Quito, em 2013, contra a extração de petróleo na reserva ambiental de YasuníFoto: Getty Images/AFP/J. Cevallos

Joia da coroa

O bloco ITT é considerado a joia da coroa do petróleo do Equador, com reservas de cerca de 1.670 milhões de barris de óleo cru entre 14 e 15 graus API (escala arbitrária que mede a densidade dos líquidos derivados do petróleo). O Equador é membro da Organização dos Países Exploradores de Petróleo (Opep). Com a operação formal em Tiputini, a produção total do Equador subiu para 570 mil barris por dia.

A reserva Yasuní cobre uma área de quase um milhão de hectares e é território das tribos nativas Tagaeri e Taromenane, que vivem em isolamento voluntário. Em 1989, as Nações Unidas declararam o Parque Nacional de Yasuní como reserva da biosfera. A reserva hospeda uma variedade de espécies de árvores, mamíferos, pássaros, peixes e répteis.

"Este é o pior lugar possível para extrair petróleo. O mundo simplesmente não pode se dar ao luxo de perder um lugar como Yasuní", disse Kevin Koenig, diretor do programa equatoriano da organização Amazon Watch.

PV/rtr/dpa/afp/epd