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Entrevista com Jan Schwarzkamp da revista de rock VISIONS

mz12 de maio de 2004

Leia a entrevista completa com o especialista em rock.

https://p.dw.com/p/520w

DW-WORLD: Quando e como começou a era do rock 'n' roll?

Jan Schwarzkamp:

Começou mesmo de meados até o fim dos anos 50, quando Jerry Lee Lewis, Elvis Presley, Little Richard e Chuck Berry lançaram os seus primeiros álbuns e mudaram totalmente a paisagem musical com a sua música, seus shows e o culto das fãs.

Quando e com quem o rock 'n' roll chegou na Alemanha?

Elvis Presley provavelmente teve o maior impacto sobre as fãs alemãs. Com certeza revolucionou todo o gênero, como já demonstra o seu apelido, "king of rock 'n' roll". Imitadores mais ou menos bem-sucecidos, como o eternamente jovem Peter Kraus, contribuíram muito para o estabelecimento do gênero.

Se é que existiu, qual terá sido a mensagem divulgada pelo rock na Alemanha?

A mensagem do rock 'n' roll é divertimento, amor e dança. Esta música nunca foi verdadeiramente rebelde, mesmo que muitos tenham atribuído isso a ela. Esta música é um hedonismo em forma de som, nem obra do diabo, nem anarquia. Isso vale universalmente, não só para a Alemanha.

Quando se formou pela primeira vez uma comunidade musical inovadora na Alemanha, que não só replicou às importações dos Estados Unidos?

Deve ter sido no fim dos anos 60, quando surgiram várias bandas do movimento de krautrock. Foram (e ainda são) bandas como Tangerine Dream, Can, Birthcontrol, Guru Guru, Popol Vuh, Faust, Cluster, etc. O que aquelas bandas criaram foi novo, muitas vezes extraordinário e às vezes abrindo caminho para todo o mundo.

Quais foram ou são as correntes e inovações mais importantes que se estabeleceram na Alemanha?

Musicalmente a Alemanha é um país bastante pobre. Logicamente se tem que diferenciar. Bandas como Can, Kraftwerk ou Die Einstürzenden Neubauten recebem respeito mundial, mas a sua ligação com o rock 'n' roll é só periférica. Também o hip hop alemão já passou seu pique e de tecno ou dancefloor é melhor nem falar. Na categoria do rock 'n' roll, os alemães nem foram nem são muito bons, eles copiaram, se orientaram por "originais" (muito) melhores e finalmente produziram imitações baratas. A Alemanha pôde brilhar verdadeiramente só com o movimento do krautrock do final dos anos 60 e do início dos anos 70. Mas nem tudo foi de ouro o que os intelectuais chapados produziram nos seus instrumentos (exóticos). E a NDW (Neue Deutsche Welle) – como o nome já está sugerindo, é um fenômeno da música nacional, mais ligado com o pop do que com o rock.

Como se apresenta a cena de rock contemporânea na Alemanha durante os últimos 15 anos?

Embora tenha acontecido muito na cena alemã durante a última década, não foi estabelecido algo 'tão' grande. Bandas alemãs copiam os 'originais' americanos ou britânicos – às vezes melhor, às vezes pior. Isso vale para gêneros como punk, stonerrock, grunge, raprock, emocore, alternativerock. Só no que se refere ao waverock, ou ao pós-punk, com influências dos anos 80, a Alemanha tem uma mão-cheia de bandas valiosas. Mas falando a grosso modo se produz lixo demais neste país – também fora do pop e da música eletrônica.

Será que o rock chegou num beco sem saída, ou estão faltando idéias novas? Qual seria o teu prognóstico?

Idéias novas se difundem cada vez mais rápido e – antes que se note – já são águas passadas. Por isso é difícil produzir música interessante e extraordinária com valor, que primeiro não só tenha sucesso nacional, mas também se possa manter em cima depois de uns anos. Evidentemente há de vez em quando bandas alemãs que chamam a atenção, mas realmente não são muitas.