Enchentes nos Bálcãs

As piores enchentes dos Bálcãs em 120 anos atingiram fortemente a Sérvia e a Bósnia, principalmente ao longo do rio Sava. Dezenas de pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas.

Entre as cidades mais afetadas pelas águas está Obrenovac, a 30 quilômetros da capital sérvia, Belgrado. Grande parte dos moradores teve de deixar suas residências em busca de lugares seguros. As inundações também colocaram em perigo a usina de Nikola Tesla, que produz cerca de 50% da eletricidade do país.

Incontáveis sacos de areia foram empilhados para conter o avanço das águas. “O que estamos vivendo acontece apenas uma vez a cada mil anos. Não cem, mas mil anos”, afirmou o primeiro ministro sérvio, Aleksandar Vucic.

Os dias de chuva intensa também causaram deslizamentos de terra nos Bálcãs. Um dos locais mais afetados foi Topcic Polje, na Bósnia (foto). Há regiões totalmente isoladas pelas águas e, em outras, ainda há risco de deslizamentos.

Na Sérvia e na Bósnia, muitas pessoas tiveram de deixar suas residências e buscar abrigo em alojamentos de emergência – improvisados em ginásios de esportes, por exemplo. Estima-se que mais de um milhão de habitantes dos dois países tenha sido afetado pelas enchentes.

Na Bósnia, as autoridades alertaram para o perigo de deslocamento de minas terrestres da guerra que atingiu o país entre 1992 e 1995. Com a força das águas, os explosivos poderiam ser arrastados centenas de quilômetros, até o Mar Negro.

Do conflito entre sérvios, croatas e muçulmanos, estima-se que ainda haja cerca de 120 mil minas terrestres na Bósnia. Muitas delas estão nos arredores das cidades de Doboj e Olovo, que foram fortemente atingidas pelas enchentes.

Devido ao mau tempo nos Bálcãs, Sérvia e Bósnia pediram ajuda à União Europeia. Alemanha e outros países do bloco comprometeram-se a apoiar a região, enviando barcos a motor e outros equipamentos, assim como especialistas em resgate.