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Empresas sondam potencial do podcasting

(stu / gh)7 de abril de 2006

"Rádio para iPods" avança rapidamente, mas ainda tem alcance limitado e muitos potenciais inexplorados. Deutsche Welle oferece serviço desde 2004. Congresso em Munique discute o assunto.

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Tocador de MP3, o rádio da era do podcastingFoto: picture-alliance / dpa/dpaweb

Calcula-se que cerca de dois mil podcasters disponibilizam atualmente produções próprias de rádio na internet. Os arquivos eletrônicos são baixados e depois ouvidos pelos usuários em tocadores de MP3. Os temas abordados vão desde ciência, religião, literatura até sexo. Não há tabus. E a qualidade também varia muito.

O rápido avanço do serviço, que surgiu há dois anos nos EUA, foi discutido num congresso realizado em Munique, nesta sexta-feira (07/04). O público foi bastante eclético, reunindo desde produtores amadores até representantes de rádios e TVs comerciais e públicas, editoras e profissionais de marketing.

A Deutsche Welle foi a primeira emissora alemã a juntar-se aos podcasters. Desde o segundo semestre de 2004, oferece áudios em vários idiomas (português para a África, alemão, inglês, chinês e russo) na internet.

Serviço não revolucionou o rádio

"Como os meios de comunicação clássicos estão perdendo audiência, é interessante para as editoras testarem novos formatos", explica Marco Schmidt, organizador do congresso. "No setor empresarial, até agora os podcasts são usados apenas na publicidade externa, para informar os clientes", acrescenta.

Segundo o perito em marketing Alexander Wunschel, inicialmente pensava-se que o podcasting revolucionaria o rádio. "Mas podemos esquecer essa idéia. Os formatos de maior sucesso correspondem àquilo que o rádio já faz há décadas, sejam reportagens bem investigadas ou inteligentes programas de humor", diz.

Na avaliação de Wunschel, a grande novidade é que o podcasting quebra a ditadura do tempo dos clássicos canais de comunicação. "Os conteúdos podem ser consumidos independentemente do horário e do lugar em que o usuário se encontra", explica.

E isso cria novas possibilidades de negócios. Assim, por exemplo, guias turísticos ou programas de treinamento e auto-aprendizado em áudio podem ser vendidos por vários anos. Para financiar a oferta de serviços através de publicidade, Wunschel sugere a formação de redes de podcasting de amplo alcance.

Três milhões de downloads

Atualmente, a maioria das produções ainda têm um alcance limitado. A jornalista Annik Rubens atinge com Schlaflos in München (Insone em Munique) – um dos podcasts mais conhecidos na Alemanha – apenas oito mil downloads por dia. "Mas, com seus diários radiofônicos, ela conseguiu consolidar um novo formato de mídia", diz Wunschel.

Segundo estimativas apresentadas no congresso em Munique, em janeiro deste ano entre 300 e 500 mil pessoas baixaram um total de três milhões de "episódios de podcast" na Alemanha. Com base numa enquete realizada junto a 2350 usuários, Wunschel descobriu que os ouvintes típicos são homens, com menos de 30 anos e bem qualificados.

Wunschel prevê que, por um longo tempo, o podcasting continuará sendo um meio de comunicação para aficcionados por tecnologia. É que um iPod por 300 euros ainda pesa bastante no bolso de muitos consumidores – também na Alemanha.