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Empresas brasileiras lançam manifesto contra demissões

6 de abril de 2020

Dezenas de empresas assinam texto pedindo que companhias se comprometam a não demitir nos próximos dois meses, mesmo diante dos impactos econômicos provocados pelas medidas de isolamento para conter o coronavírus.

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Trabalhadores em fábrica no Brasil
Empresas de diversos setores assinaram manifesto contra demissõesFoto: Arquivo/Agência Brasil/W. Dias

Um grupo de 41 empresas brasileiras lançou um manifesto, intitulado "Não demita", comprometendo-se a não cortar postos de trabalho ao menos nos próximos dois meses, e conclamando outros empresários a fazerem o mesmo, diante dos impactos que a pandemia de covid-19 terá sobre a economia.

"Mantendo nossos quadros ajudaremos a evitar ou minimizar um possível colapso econômico e social. Se você tem fábricas ou instalações, siga as orientações da OMS [Organização Mundial da Saúde] e do Ministério da Saúde. Crie um ambiente de trabalho em que as pessoas possam comer e trabalhar com distância física, e assim se sintam tão seguras quanto se estivessem em casa", diz o texto, divulgado no final da última semana.

Entre as empresas que assinam o manifesto estão companhias grandes, de diversos setores, e diretamente atingidas pelas medidas de isolamento impostas pelos governos estaduais, como Magazine Luiza, Lojas Renner, Grupo Pão de Açúcar, Natura e Boticário, além de representantes do setor financeiro, como os rivais BTG Pactual e XP Investimentos. Outras dezenas de empresas também aderiram à campanha.

Elas vão na contramão outras companhias, como as Lojas Havan, cujo proprietário, Luciano Hang, já ameaçou demitir funcionários, ou a rede de restaurantes Madero, que demitiu 600 trabalhadores no contexto da crise atual.

Além de pedirem pela manutenção de postos de trabalho, as companhias signatárias do manifesto sugerem que os empresários façam doações: "Se você tiver força financeira, ajude as pessoas que moram nas nossas comunidades a terem condições de sobrevivência", diz o texto.

"Se você já foi fortemente afetado pela crise ou está passando por dificuldades financeiras na sua empresa e realmente não tem caixa para evitar demissões, ainda assim, pare uns minutos e reflita. Desligar gera um custo imediato, muitas vezes maior que dois meses de salários, e há linhas de crédito e outras soluções que estão sendo criadas todos os dias para ajudar as empresas a atravessar a tempestade", prossegue o manifesto. "Esta crise tem data para acabar."

Segundo o Relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira (06/04), o mercado já considera uma queda de 1,18% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020, diante da pandemia de covid-19. Há uma semana, a previsão era de recuo de 0,48%.

A estimativa mostra o quanto o avanço da pandemia e a extensão das medidas de isolamento têm pesado nas projeções. Há um mês, o mercado ainda esperava crescimento de 1,99% do PIB. 

O Relatório Focus trata de expectativas do mercado informadas por instituições como bancos, corretoras, consultorias, associações, etc. O documento, divulgado toda segunda-feira, traz um resumo das expectativas do mercado.

LL/ots

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