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Falta infraestrutura

2 de setembro de 2009

Empresários reunidos em Vitória dizem que o Mundial no Brasil tem tudo para ser bem-sucedido, mas é preciso um planejamento cuidadoso. Mobilidade urbana é o principal desafio.

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Aeroporto Internacional Tom Jobim, no RioFoto: AP

O destaque do painel que discutiu a Copa do Mundo de 2014 durante o 27° Encontro Econômico Brasil-Alemanha foi um estudo sobre as necessidades que devem ser atendidas urgentemente para a realização do evento, em áreas como mobilidade urbana, aeroportos, hotelaria, energia, saneamento e segurança.

O documento, que deve ser divulgado na próxima semana pela Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (Abdib), é resultado de um termo de cooperação técnica da entidade com o Ministério do Esporte e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A mobilidade urbana é o grande desafio para a realização do Mundial no Brasil. Segundo Ralph Lima Terra, vice-presidente executivo da Abdib, o Brasil precisa de investimentos significativos em infraestrutura, particularmente em mobilidade. "Não há uma única cidade das 12 que serão sede que possui, por exemplo, os aeroportos preparados para 2014", alertou.

Fiscalização integrada

Os representantes de empresas alemãs presentes no debate acreditam que o Mundial no Brasil tem tudo para dar certo, mas é preciso apressar-se. Segundo Gert van Iperen, presidente da Bosch Security Systems, aproximadamente 1 milhão de turistas adicionais devem vir ao Brasil para assistir ao evento, o que exigirá um sofisticado sistema de segurança.

"É interessante que seja feita uma fiscalização integrada por vídeo, criando um bancos de dados ligados diretamente aos órgãos de segurança, previnindo possíveis desastres. A imagem do país está em jogo", ressaltou.

Jan Schoening, diretor da Siemens, um dos maiores grupos industriais do mundo, entende que é preciso pensar nas reformas em estádios com a possibilidade de uso posterior, como escolas e shoppings. "Economicidade começa com planejamento, as melhorias feitas permanecem", disse. Para ele, o Brasil terá a oportunidade de realizar uma Copa ecologicamente correta, a partir do uso de energia solar e eólica.

O presidente da Siemens no Brasil, Adilson Primo, disse que as iniciativas devem ser tomadas imediatamente. "Cinco anos passam num piscar de olhos, e o Brasil precisa ter um papel de destaque nesse evento. Os 30 dias do Mundial correspondem a 30 anos para a infraestrutura brasileira", frisou.

Encerramento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou uma clara mensagem no encerramento da 27ª edição do encontro de cooperação bilateral: brasileiros e alemães devem entrar em um novo ciclo em sua relação comercial, com a diversificação da pauta exportadora e investimentos de lado a lado em energia. Lula pretende ir à Alemanha em dezembro para encontro com a chanceler federal alemã, Angela Merkel.

O presidente brasileiro entende que será de extrema importância que os dois países discutam estratégias comuns para apresentar na Conferência sobre mudanças climáticas de Copenhagen, na Dinamarca, que acontece também em dezembro e deve fechar o acordo que substituirá o Protocolo de Kyoto a partir de 2012.

O Encontro Econômico Brasil-Alemanha acontece anualmente, alternando cidades dos dois países. Em 2010, Munique sediará o evento bilateral, considerado um dos mais importantes na área econômica.

O representante do Governo da Baviera, Georg Reichl, apresentou um vídeo sobre a cidade localizada ao sul da Alemanha e prometeu que os alemães vão se esforçar para superar a hospitalidade brasileira.

Autora: Julia Assef
Revisão: Alexandre Schossler