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Em Kiev, Westerwelle afirma que portas da UE seguem abertas à Ucrânia

Alexander Sawizki / Markian Ostaptschuk (md)5 de dezembro de 2013

Ministro do Exterior alemão aproveita estada na capital ucraniana para prestar apoio à oposição. Após encontro com manifestantes, político é surpreendido com cancelamento de reunião com primeiro-ministro.

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Foto: DW/O. Sawitsky

Uma reunião dos ministros do Exterior da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), já há tempos planejada, era a razão oficial para a visita a Kiev do chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle. Mas as manifestações na Ucrânia a favor de uma aproximação da União Europeia deram novo peso a sua estada.

Ele compareceu na noite de quarta-feira (04/12) à concentração de manifestantes ucranianos na Praça da Independência, na capital do país, e se mostrou impressionado com a magnitude dos protestos. "Aqui, o coração bate pela Europa. Aqui, percebemos uma paixão europeia", disse Westerwelle, em entrevista à televisão pública alemã.

Mais cedo, ele havia conversado com o pugilista e líder do partido Aliança Ucraniana para a Reformas Democráticas (Udar), Vitali Klitschko, e com o presidente do conselho político do partido Pátria, Arseniy Yatsenyuk.

Os dois partidos de oposição lideram as manifestações em todo o país, nas quais centenas de milhares pedem a renúncia do governo e eleições parlamentares e presidenciais antecipadas. A revolta começou depois da decisão do governo ucraniano de suspender o processo de aproximação do país com a Europa.

"Viemos como europeus, para encontrar europeus", garantiu Westerwelle, ressaltando que a Alemanha não é indiferente ao destino da Ucrânia e que a oferta da UE para um acordo de associação continua válida. "Queremos a Ucrânia a bordo na Europa."

Guido Westerwelle in Kiew 04.12.2013
Yatsenyuk, Westerwelle e Klitschko se reuniram a portas fechadas em hotel de KievFoto: Reuters

No encontro com o ministro alemão, Klitschko frisou que os ucranianos demonstraram, através das manifestações, sua vontade em fortalecer valores europeus em seu próprio país resolver a crise política de forma pacífica.

"Estamos alegres em saber que as portas da UE para a Ucrânia estão abertas", declarou Klitschko. Yatsenyuk também se disse satisfeito com o fato de a oposição ucraniana ter "recebido a confirmação dos amigos alemães de que a UE mantém suas portas abertas para a Ucrânia".

No epicentro dos protestos

Após a reunião, em um hotel da capital ucraniana, Westerwelle realizou um passeio, juntamente com os líderes da oposição, pelo centro da cidade de Kiev. Eles foram também acompanhados por Vladimir Klitschko, irmão de Vitali, que viajou à Ucrânia após interromper seu treino no exterior.

O passeio terminou na Praça da Independência, onde Westerwelle conversou com manifestantes. Quando alguém no palco montado no local anunciou a visita de um "convidado do país irmão Alemanha", a plateia comemorou com gritos entusiasmados.

Guido Westerwelle und Vitaly Klitschko in Kiew
Vitali Klitschko, irmão do líder oposicionista Vitali, acompanhou ministro alemão no passeio em KievFoto: GENYA SAVILOV/AFP/Getty Images

Mais tarde, Yatsenyuk disse aos manifestantes que a visita de Westerwelle ao lugar demonstra que a atenção do mundo está voltada para a Ucrânia. "O exterior não só observa nossa luta, mas também a apoia", afirmou.

O destino final do passeio seria a sede do governo ucraniano, onde deveria ocorrer uma reunião do ministro alemão com o primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov. No entanto, Azarov cancelou o encontro pouco depois da visita dele à Praça da Independência.

Vladimir Klitschko, que acompanhou Westerwelle até seu carro, disse aos jornalistas que foi à Ucrânia por estar indignado com a violência empregada pelo governo contra manifestantes pacíficos. "Qualquer derramamento de sangue ou agressão de qualquer tipo é a pior coisa que pode acontecer. Espero que o governo seja sábio o suficiente para assegurar que isso não aconteça novamente", salientou o irmão de Vitali Klitschko.