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Em Copa de retranca e poucos gols, defesa foi o maior destaque

(mm)12 de julho de 2006

A Copa do Mundo falhou em revelar craques. Não se viu jogador do calibre de Pelé, Diego Maradona ou Ronaldo (sem contar sua atuação neste Mundial). O que houve foi uma retranca por parte da maioria das 32 seleções.

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Goleiro de Portugal, Ricardo defendeu 3 pênaltis contra InglaterraFoto: AP

No Mundial, os times se apresentaram com sólidas formações defensivas, meio-campos padronizados e ataques capazes de cometer erros dignos de punição. Não é surpresa, portanto, o baixíssimo número de gols marcados: apenas 147.

O capitão francês Zinedine Zidane, que encerrou sua carreira após vergonhosa e violenta atitude na partida final, apenas mostrou de relance seu talento com a bola nos jogos contra Espanha e Brasil, após duas atuações medíocres na fase inicial da competição e uma expulsão na final. Mesmo assim, acabou levando o prêmio de melhor jogador.

WM 2006 Viertelfinale Deutschland Argentinien Tor Klose
Klose foi artilheiro com cinco gols, mas isso não bastou para se sobressairFoto: AP

Outros, como o atacante alemão Miroslav Klose, os meio-campos italiano Andrea Pirlo e o português Maniche brilharam também, mas não com a durabilidade e encantos necessários para se destacarem. Os dribles maravilhosos do brasileiro Robinho contra o Japão prometiam muito, mas ele não conseguiu ser escolhido pelo técnico Carlos Alberto Parreira nos demais jogos.

Portanto, sem o surgimento de novos grandes talentos, ficou a cargo da defesa chamar atenção na Copa. Com a defesa menos vazada (apenas dois gols sofridos – sem contar os pênaltis na final), o goleiro italiano Gianluigi Buffon foi eleito o melhor da posição. Ele, juntamente com o zagueiro central Fabio Cannavaro e o direito Gianluca Zambrotta, tiveram performances impecáveis, assim como o meio-campo Gennaro Gattuso.

Do lado francês, o destaque defensivo ficou por conta do zagueiro central Lilian Thuram, o meio-campo Patrick Vieira e Franck Ribéry, jovem lateral cuja velocidade de arranque acabava por transformar defesa em ataque.

De resto, o alemão Philipp Lahm se confirmou como um zagueiro de primeira linha, o lateral-esquerdo holandês Arjen Robben cresceu em campo, e o meio-campo argentino Maxi Rodríguez se destacou por sua atuação na goleada em cima da Sérvia e Montenegro.

Mas as grandes performances, discutíveis, foram mesmo protagonizadas pelos goleiros. Buffon, cuja autoridade e habilidade desafiou o astro ucraniano Andriy Shevchenko; Jens Lehmann, herói ao pegar dois pênaltis argentinos nas quartas-de-final; e o português Ricardo, que defendeu três cobranças inglesas, levando seu time para as semifinais.