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Em carta de despedida, McCain alerta contra "muros"

28 de agosto de 2018

Morto após luta contra câncer, senador pede aos americanos que não se desesperem diante das dificuldades atuais e que não confundam "patriotismo com rivalidades tribais". Pressionado, Trump ordena bandeira a meio mastro.

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John McCain
Herói da guerra do Vietnã, John McCain morreu no sábado aos 81 anosFoto: picture-alliance/ZumaPress/M. Brochstein

Em carta de despedida divulgada nesta segunda-feira (27/08), o senador americano John McCain, morto no sábado, expressou sua profunda gratidão e amor pelos Estados Unidos e implorou para que os americanos coloquem de lado "rivalidades tribais" e se concentrem no que os une.

A mensagem foi lida por Rick Davis, ex-gerente de campanha de McCain e que tem atuado como porta-voz da família, em coletiva de imprensa na cidade de Phoenix.

Na carta, o senador republicano, que lutava contra um agressivo câncer no cérebro, refletiu sobre o privilégio de ter servido ao país por décadas e afirmou que tentou fazê-lo honrosamente. Ele também falou sobre a política dos dias de hoje.

"Não se desesperem diante das dificuldades atuais, mas acreditem sempre na promessa e na grandeza da América, porque nada é inevitável aqui", escreveu McCain. "Os americanos nunca desistem. Nunca nos rendemos. Nunca nos escondemos da história. Nós fazemos história."

O senador alertou ainda: "Nós enfraquecemos nossa grandeza quando confundimos patriotismo com rivalidades tribais que semearam ressentimento, ódio e violência em todos os cantos do mundo".

"Nós enfraquecemos isso quando nos escondemos atrás de muros, em vez de derrubá-los, quando duvidamos do poder de nossos ideais, em vez de confiar neles para ser a grande força de mudança que sempre foram", acrescentou.

Senador, herói da guerra do Vietnã e ex-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, McCain morreu no último sábado, aos 81 anos, após perder a batalha contra o câncer.

Nos últimos meses, ele não havia estado mais no Senado, tendo permanecido em sua casa no estado do Arizona para a terapia da doença. Apenas na última sexta-feira, sua família informou que o senador gravemente doente havia interrompido o tratamento.

Bandeira hasteada a meio-mastro no Capitólio, em Washington, em homenagem a McCain
Bandeira hasteada a meio-mastro no Capitólio, em Washington, em homenagem a McCainFoto: picture-alliance/AP Photo/J. S. Applewhite

Nesta segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, anunciou que a bandeira ficará a meio mastro até o enterro do senador, depois de seu silêncio em relação à morte de McCain ter sido fortemente criticado.

Após se recusar a responder a perguntas sobre o republicano, que foi um dos poucos membros de seu partido a criticá-lo abertamente, Trump divulgou um breve comunicado elogiando a dedicação de McCain aos Estados Unidos.

"Apesar de nossas diferenças políticas, eu respeito o compromisso do senador John McCain com o nosso país", diz o texto curto, divulgado dois dias após a morte.

O presidente anunciou então que a bandeira americana na Casa Branca – que havia sido colocada a meio mastro no fim de semana e foi novamente erguida na manhã desta segunda-feira – e nos edifícios públicos ficaria a meio mastro durante todo o resto da semana.

Também nesta segunda-feira, a Casa Branca informou que o chefe de Estado não vai comparecer ao funeral do senador, mas que será representado por três altos funcionários, entre eles o secretário de Defesa, Jim Mattis, e o assessor de Segurança Nacional, John Bolton.

Em maio, a imprensa americana, citando pessoas próximas a McCain, revelara que o parlamentar não gostaria que Trump fosse ao seu funeral, preferindo que no lugar dele estivesse o vice-presidente, Mike Pence.

EK/ap/lusa/ots

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