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Em Berlim, John Kerry deixa EUA e Alemanha mais próximos

Alexandre Schossler26 de fevereiro de 2013

Novo secretário de Estado americano, que passou infância na capital alemã, coloca relações transatlânticas como fundamentais e diz que acordo de livre comércio com a UE é prioridade para o governo Obama.

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John Kerry in Deutschland Februar 2013Foto: Reuters

Raramente uma visita oficial ocorre em atmosfera tão amena como a do novo secretário de Estado americano a Berlim. Nesta terça-feira (26/02), John Kerry foi recebido com grande cordialidade pelo ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, e pela chanceler federal Angela Merkel.

"O fato de o secretário de Estado dos EUA visitar tão cedo em seu mandato a Europa e a Alemanha é um sinal claro de comprometimento com a parceria transatlântica", afirmou Westerwelle ao saudar Kerry, observando que, fora da Europa, os EUA são o aliado mais importante da Alemanha.

Ao assumir o cargo, em dezembro passado, o político, de 69 anos, trouxe um novo frescor às relações entre os dois países. Kerry é considerado um firme defensor dos laços transatlânticos e aposta numa estreita colaboração para vencer as crises atuais.

Os focos de seus encontros em Berlim foram a situação na Síria e no Afeganistão, as negociações nucleares com o Irã e a criação de um acordo de livre comércio transatlântico. Westerwelle se disse a favor de que as negociações sobre o acordo comecem logo no meio deste ano.

John Kerry in Deutschland Februar 2013
Pela manhã, secretário de Estado esteve conversando com estudantesFoto: Getty Images

"Um acordo de livre comércio criaria crescimento e emprego em ambos os lados do Atlântico", previu.

John Kerry salientou que um acordo de livre comércio é, para o presidente Barack Obama, uma prioridade, para poder recuperar as economias europeia e americana. Ele sublinhou que, com a redução de barreiras comerciais entre EUA e Europa, será criada a maior zona de livre comércio do mundo.

Crises da Síria e do Irã

O secretário de Estado americano se mostrou confiante em relação às negociações nucleares com o Irã, lembrando que a nova proposta do grupo 5 +1 –os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha – prevê medidas para ambos os lados. Ele disse que encoraja o Irã a tomar medidas concretas frente às preocupações da comunidade internacional.

"Há um caminho diplomático claro, e espero que tenhamos a chance de trilhá-lo", afirmou Kerry, que, entretanto, não quis tecer comentários com relação às negociações com o Irã, iniciadas nesta terça-feira no Cazaquistão.

O americano também foi cauteloso em seus comentários sobre a Síria. Ele viajará na quinta-feira para encontrar, nos arredores de Roma, o chamado Grupo de Amigos da Síria, com o objetivo discutir o fim da guerra civil. A reunião também vai ter participação da Coalizão Nacional Síria (CNS). Originalmente, o grupo queria boicotar o encontro, em protesto contra um alegado silêncio internacional sobre a violência no país.

Kerry und Merkel PK in Berlin 26.02.2013
Kerry e Merkel: novo frescor nas relações entre Washington e BerlimFoto: Reuters

Somente após a intervenção de diplomatas americanos, os oposicionistas sírios mudaram sua postura e concordaram em participar.

"Vemos a Coalizão Nacional como parceira-chave para o futuro da Síria", disse Westerwelle, acrescentando que a situação no país árabe enche o governo alemão de "consternação". "A comunidade internacional tem o dever de fazer o que for possível para dar fim ao conflito."

Infância em Berlim

Antes, Kerry se reuniu com a chanceler Angela Merkel, quando lembrou que, quando criança, viveu por vários anos em Berlim.

"Eu me lembro muito bem quando eu passava de bicicleta pelo Reichstag, que naquela época estava completamente destruído", disse Kerry.# b# "É verdadeiramente notável o que a senhora fez pela cidade e pelo país. Berlim é uma das grandes cidades do mundo, e considero um privilégio poder visitá-la."

Diplomata, o pai de Kerry esteve a serviço em Berlim entre 1954 e 1956. O hoje secretário de Estado passou a juventude num internato suíço e permaneceu fiel à Alemanha e à Europa também durante sua longa carreira política.

Antes de seus compromissos com autoridades alemãs, ele participou, pela manhã, de um debate com universitários. Na oportunidade, também falou alemão e impressionou seus interlocutores com seus bons conhecimentos da língua.

Autora: Bettina Marx (md)
Revisão: Rafael Plaisant Roldão