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Economia alemã cresce, mas faltam perspectivas

(am)14 de janeiro de 2005

Os dados de 2004 sinalizam o fim da estagnação econômica na Alemanha. Mas o aumento do PIB decorreu quase exclusivamente das exportações. Isso deixa os especialistas cépticos quanto à duração da evolução positiva.

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Ministro Wolfgang Clement prevê crescimento constante em 2005Foto: AP


Os dados divulgados na quinta-feira (13/01) pelo Departamento Federal de Estatísticas, em Wiesbaden, não são sensacionais: a economia alemã teve um crescimento real da ordem de 1,7% no ano passado. Apesar disso, a notícia motivou declarações otimistas do ministro da Economia e Trabalho, Wolfgang Clement, que já prevê o fim da crise econômica no país.

Após uma ligeira recessão em 2003, quando o PIB alemão teve uma redução da ordem de 0,1%, a retomada do crescimento dá, sem dúvida, um novo alento ao governo e ao setor econômico. Tanto mais que a taxa de 1,7% supera a média de crescimento dos últimos dez anos, que é de 1,4%.

Êxito nas exportações

Mas a evolução positiva tem um senão. Ela foi quase inteiramente motivada pelo êxito nas exportações, que aumentaram em 8,2%, enquanto as importações tiveram um crescimento menor, da ordem de 5,7%. Por outro lado, a demanda interna não contribuiu para o aumento do PIB da Alemanha. Ao contrário: os consumidores alemães reduziram seus gastos em 0,3% no ano passado.

A maioria dos analistas econômicos dos bancos e consultorias alemães vêem, por isso, a retomada do crescimento com um certo cepticismo. A permanente supervalorização do euro em relação ao dólar, entre outros fatores, deixa antever um arrefecimento dos negócios de exportação. E mesmo que a demanda interna na Alemanha volte a crescer em 2005, isso parece insuficiente para compensar a provável redução no comércio exterior.

Jürgen Pfister
Jürgen Pfister, do Bayrischer Landesbank: uma pausa, nenhum impulso

É o que manifestou, por exemplo, o economista Stefan Schilbe, do HSBC Trinkaus & Burkhardt: "Se o impulso através das exportações sofrer uma redução e a conjuntura interna permanecer fraca, não se poderá esperar muito de 2005". E seu colega Jürgen Pfister, do Bayerische Landesbank, conclui: "Em seu todo, o quadro da Alemanha permanece grave. Tivemos uma pausa, mas nenhum impulso".

Saindo do buraco

Para o ministro Wolfgang Clement, no entanto, o crescimento obtido em 2004 é apenas o começo de uma recuperação econômica. Ele vê a pior fase da estagnação como vencida e prognostica um impulso ainda maior no corrente ano. "Em 2005, a recuperação econômica ganhará em vigor e amplitude", afirmou Clement em Berlim.

Para o superministro da Economia e Trabalho, também o consumo interno voltará a crescer este ano. "Maior confiança, gerada pela redução de impostos em vigor a partir do início do ano e pela expectativa de uma melhoria paulatina na situação do mercado de trabalho, fará com que a economia interna saia do buraco", declarou Clement.

Industrie - Fordwerke in Köln
Compra de equipamentos denota confiança da indústria na evolução conjunturalFoto: AP

O otimismo do ministro baseia-se também num outro dado positivo que o Departamento Federal de Estatísticas divulgou na quinta-feira: pela primeira vez desde o ano 2000, aumentou na Alemanha o volume de investimentos em equipamento – um crescimento de 1,2%. Isso é visto como uma prova da expectativa de aumento de negócios por parte da indústria. O que revigora a confiança num impulso duradouro para a economia.