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Dormindo com o diabo

Alessandra Andrade30 de janeiro de 2002

Comédia do diretor alemão Rainer Matsutani, "666 – Não confie em quem dorme com você", é uma sátira baseada em Fausto, de Goethe. Celebridades da Alemanha, que apenas fazem "bicos" no filme, são os que ganham a cena.

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Boris Becker e Claudia Schiffer também nas telas dos cinemasFoto: AP

"Queira Deus que Goethe não esteja se revirando no caixão." Com essas palavras, o diretor de cinema alemão Rainer Matsutani já dá uma pista do que espera pelo seu público nas telas do cinema. 666 – Trau keinem mit dem du schläfst (Não confie em quem dorme com você), é uma comédia escrachada que sabe fazer rir até mesmo se valendo de um clássico da literatura como o Fausto, de Goethe. A combinação de literatura e sátira inclui também uma confusão entre realidade e ficção, envolvendo grandes celebridades alemãs como Claudia Schiffer e Boris Becker.

O filme, produzido por Bernd Eichinger, estreou na noite de terça-feira (29) em Munique, mas só chegará aos cinemas alemães no dia 21 de fevereiro. 666 (um jogo de palavras entre "sechs" – seis em alemão – e "sex") não traz atores famosos para os papéis principais. Estes couberam a Jan Josef Liefers, como Frank Faust, e Sonsee Ahray Floethmann, atuando como Jennifer. No entanto, a falta de estrelas no estilo hollywoodiano é compensada com a presença de personalidades que nunca saem de cena, como o badalado ator Heiner Lauterbach, o charmoso tenista Boris Becker, a cobiçada animadora de TV Verona Feldbusch e a famosa top model Claudia Schiffer.

A comédia narra a história do infeliz taxista Frank Faust, que topa tudo para reconquistar a sua ex-namorada Jennifer. Sem saber das trapalhadas em que iria se meter, ele aceita vender a sua alma ao rechonchudo Menphisto II (Armin Rohde), um diabo pra lá de esquisito. O "amigo infernal" tenta levar Jennifer de volta aos braços de Faust, fazendo com que este apareça sempre ao lado de grandes celebridades. Para isso, o diabo se transforma em diferentes personalidades, acabando por confundir Faust, que já não sabe mais quem afinal está em sua cama: a sedutora Schiffer ou o pançudo Menphisto.

Nesse troca-troca de personalidades, os próprios artistas parecem não ter saído ilesos. Na festa de estréia do filme, Becker disse que "não acharia nada mau se transformar em outras pessoas", Claudia Schiffer rebateu dizendo que o melhor mesmo é "ser duas pessoas, para poder estar em dois lugares ao mesmo tempo". Para completar a série de "abobrinhas", o produtor Bernd Eichinger afirmou: "Como produtor cinematográfico, é preciso fazer um pacto com o diabo todos dias ." E Goethe, o que teria dito?