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Biden na Europa

6 de maio de 2010

A expectativa é que Joe Biden estabeleça um novo parâmetro nas relações entre Estados Unidos e União Europeia. Parlamentares dizem que só recentemente os americanos perceberam a importância dos políticos do bloco.

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Vice-presidente norte-americano Joe BidenFoto: AP

Para os membros do Parlamento Europeu, 11 de fevereiro de 2010 deveria ser uma data inesquecível. Pois foi nessa quinta-feira que eles apareceram, pela primeira vez, no radar dos políticos dos Estados Unidos, ao rejeitar de forma esmagadora a transferência de dados bancários para os EUA, sob o assim chamado acordo SWIFT. Antes de então, o Parlamento Europeu era praticamente desconhecido em Washington.

O veto ao SWIFT provocou uma corrida – que dura até hoje – das autoridades europeias e norte-americanas em busca de um acordo alternativo. E serviu como um toque de despertar para o fato de que emergira um novo protagonista, com reais poderes no cenário político europeu.

Elmar Brok, líder do Partido Popular Europeu, concorda com essa afirmação. Segundo ele, Washington percebeu que o Parlamento não apenas tem poderes gerais de codecisão, mas que também precisa ratificar todos os acordos e tratados com terceiros países.

O conteúdo da mensagem era: "no fim das contas, nada pode ser decidido contra a vontade do Parlamento Europeu", comenta Brok.

Negócios pouco usuais

"De fato, não é todo dia que o vice-presidente dos Estados Unidos faz uma visita ao Parlamento Europeu e, de certo modo, acho que a administração Obama está reconhecendo o novo papel mais destacado do Parlamento", diz Reinhard Bütikofer, vice-presidente do Partido Verde no Parlamento Europeu.

Segundo Brok e Bütikofer, o discurso de Joe Biden em Bruxelas nesta quinta-feira (6/05) pode servir como um importante sinal de cooperação entre EUA e UE, após a decisão do presidente Barack Obama de cancelar sua vinda ao próximo encontro bilateral de cúpula, em Madri.

Bütikofer também espera que Biden, ex-senador com vasta experiência em relações internacionais, acerte os ponteiros em relação à contribuição europeia à segurança internacional.

O vice de Obama pode avançar em alguns assuntos euro-americanos, enquanto as relações entre o Parlamento Europeu e seu equivalente estadunidense estão bem encaminhadas, desde a votação sobre o acordo SWIFT.

Revigorar o diálogo transatlântico

O Diálogo Transatlântico de Legisladores (TLD na sigla em inglês) é um fórum de debate estabelecido há tempos por parlamentares europeus e norte-americanos, e que nunca teve força desde a sua criação – principalmente por falta de interesse dos EUA.

Para Bütikofer, há uma clara agenda em relação às relações transatlânticas, e ela precisa de atenção. "Não podemos deixar isso escapar, só porque achamos que a Ásia está chegando forte e que também deveríamos prestar atenção a ela. Acho que os parlamentares têm o poder e a visão de fazer ambas as coisas."

Autor: Michael Knigge (NP)
Revisão: Augusto Valente