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Dilma rejeita acusações da delação de Delcídio

16 de março de 2016

Presidente rejeita com "veemência e indignação" afirmação do senador de que teria tentado evitar punição de empreiteiros. Delcídio acusa Mercadante de atuar como mensageiro de Dilma e tentar evitar acordo de delação.

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Foto: Getty Images/AFP/E. Sa

A presidente Dilma Rousseff rejeitou com "veemência e indignação" a tentativa de envolvê-la nas conversas entre o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, com um assessor do senador Delcídio do Amaral, que teve a delação homologada pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta terça-feira (15/03).

A gravação de uma conversa entre Mercadante e o assessor de Delcídio, José Eduardo Marzagão, mostra que o ministro teria oferecido dinheiro para evitar o acordo de delação e prometido interceder junto aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir soltura do senador. Delcídio está preso acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

Delcídio, que pediu desfiliação do PT nesta terça, entregou ao MPF duas gravações de conversas entre Mercadante e Marzagão. Em depoimento, ele disse acreditar que o ministro atuou como "mensageiro" da presidente. Segundo ele, Dilma tentou usar sua influência para evitar a punição de empreiteiros envolvidos nas investigações conduzidas pelo juiz federal Sérgio Moro.

Dilma alegou que a conversa se tratou de uma "iniciativa pessoal" de Mercadante. Em nota, o Planalto diz que a acusação é inconsistente e que o ministro é vítima de uma tentativa de incriminação não apenas dele, mas também do governo.

Mercadante alega que trechos importantes da conversa com o assessor de Delcídio foram omitidos. "Se vocês olharem o áudio do que foi transcrito, tem trechos fundamentais que não foram devidamente relatados. Em um trecho eu digo 'não estou nem aí se vai delatar ou não, não estou nem aí", disse.

Ele justifica que procurou Marzagão em solidariedade às filhas do senador, que foram vítimas de difamações na internet. "Por ser senador, achava que haveria uma tese jurídica em que o Senado se pronunciasse para ele ficar em prisão domiciliar", afirmou Mercadante.

KG/Abr/ots