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Deputado quer que filhos sustentem pais desempregados

(als/mm)8 de agosto de 2006

O secretário-geral da União Democrata Cristã (CDU), Ronald Pofalla, quer passar aos filhos com condições financeiras a responsabilidade em sustentar os pais desempregados, mesmo que não morem mais na mesma casa.

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Situação inversa: filhos devem sustentar os paisFoto: Bilderbox

Atualmente, o governo alemão entende que os jovens que ganham seu próprio dinheiro, mas ainda não saíram de casa, devem ajudar os pais desempregados. Isto, no caso de não haver dentro da casa uma separação clara das finanças. Quando for assim, o auxílio governamental em caso de desemprego dos pais é diminuído, de acordo com o rendimento e posses dos filhos.

A lei também se aplica aos irmãos, tios, tias e até mesmo a pessoas que não são parentes diretos, mas que vivem sob um mesmo teto. A idade do filho com recursos financeiros próprios não interessa.

Agora, o secretário-geral da União Democrata Cristã (CDU), Ronald Pofalla, gerou uma polêmica nacional com sua proposta de estender a lei para situações em que os filhos não dividam mais a mesma casa. Ele explica que da mesma forma que um pai trabalhador sustenta o filho menor de 25 anos, um "filho de 30 e poucos anos deve auxiliar o pai desempregado acima dos 50 anos, se ele tem condições para isso".

Proposta é criticada

No entanto, até mesmo os companheiros de partido de Pofalla têm criticado a proposta. Marco Wanderwitz, chefe da ala jovem do grupo parlamentar do CDU, disse ao jornal Handelsblatt que a idéia vai fazer com que toda uma geração de jovens pense duas vezes se vale a pena tentar carreira profissional na Alemanha.

Jungunternehmerin mit Kind (Anja)
Jovens trabalhadores já lutam para constituir as próprias famíliasFoto: Bilderbox

Entidades sociais alemãs também estão contra. "Pessoas de 30 anos não podem ao mesmo tempo iniciar carreira, constituir família, sustentar os pais e ainda economizar para a aposentadoria", disse Adolf Bauer, presidente da Associação Alemã para Questões Sociais. Ele acrescentou que o sistema social alemão, e não a família, é responsável por sustentar o desempregado.

Olaf Scholz, diretor da bancada do Partido Social Democrata no Parlamento (SPD), com o qual o CDU governa em coalizão, acrescenta que seu partido não vai concordar com tal mudança.

O secretário-geral do CDU da Saxônia, Michael Kretschmer, também fez críticas. "Dado o alto número de desempregados neste país, tal proposta deve soar como uma ameaça, especialmente a pessoas dos Estados do Leste alemão, onde a taxa de desemprego é maior", disse.

"O número de filhos milionários com pais recebendo benefícios sociais de desemprego me parece ser muito pequeno", avalia. Para ele, a maioria das pessoas tem que lutar bastante para sustentar a família e economizar para a aposentadoria ao mesmo tempo.