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Deputada dos EUA desiste de viagem após aval de Israel

16 de agosto de 2019

Inicialmente barrada pelo governo israelense após sugestão de Trump, democrata Rashida Tlaib cancela visita ao país, onde visitaria a avó, mesmo após obter permissão. Ela diz ter sido tratada como "criminosa".

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Congressista democrata Rashida Tlaib, com microfone na mão, discursa em evento ao ar livre
Congressista democrata Rashida TlaibFoto: picture-alliance

A congressista democrata americana Rashida Tlaib, que tinha sido proibida de entrar em Israelproibida de entrar em Israel após o presidente Donald Trump sugerir que o governo do país a barrasse, disse nesta sexta-feira (16/08) que foi "tratada como uma criminosa" e que não visitará Israel, mesmo após a aceitação de seu pedido.

Ela disse, através do Twitter, que manter a viagem nas condições "opressoras" impostas a ela vai contra as coisas que acredita, que são "lutar contra o racismo, a opressão e a injustiça".

O ministro do Interior de Israel, Aryeh Deri, afirmou nesta sexta-feira que Rashida Tlaib apenas fez o pedido de visita para causar constrangimento a seu governo. "O ódio dela por Israel supera o amor por sua avó", acrescentou, em mensagem no Twitter.

Filha de imigrantes palestinos e muçulmana, Tlaib planejara uma viagem a Israel no fim de semana, juntamente com a também deputada democrata Ilhan Omar, também muçulmana, e que chegou criança nos EUA como refugiada da Somália.

Tlaib e Omar são membros de um quarteto feminino de congressistas progressistas do Partido Democrata, apelidado de "O Esquadrão", que vem chamando a atenção por suas posições bem à esquerda da legenda. Em julho, as duas, junto com Alexandria Ocasio-Cortez e Ayanna Pressley, foram alvo de uma série de ataques racistas de Trump.

Inicialmente, o governo de Benjamin Netanyahu autorizou o ingresso das legisladoras, que incluía uma visita de Tlaib à Cisjordânia, onde vive sua avó, de 90 anos. Entretanto Israel mudou de opinião depois de o presidente Trump dizer que a permissão para a visita das duas políticas muçulmanas seria considerada um "sinal de fraqueza" do governo de Netanyahu.

O presidente americano tuitou que as deputadas "odeiam Israel e todo o povo judeu". "Seria um sinal de grande fraqueza se Israel permitisse que Omar e Tlaib visitassem o país", afirmou. "Elas são uma desgraça."

Minutos após a publicação dos tuítes, a vice-ministra israelense do Exterior, Tzipi Hotovely, confirmou em entrevista a uma rádio que o país decidiu não conceder vistos de ingresso às deputadas: "Não vamos permitir a entrada de quem nega nosso direito de existir no mundo."

Ao anunciar a decisão de negar os vistos, o gabinete de Netanyahu justificou a medida com a participação delas no movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), uma ação internacional para pressionar Israel a acabar com a ocupação da Cisjordânia, entre outras pautas. Uma lei israelense de 2017 prevê que promotores e apoiadores do BDS podem ser proibidos de entrar no país.

"Como uma democracia vibrante e livre, Israel está aberta a qualquer crítica, com uma exceção. A lei de Israel proíbe a entrada de quem pede e age para boicotar Israel, como é o caso de outras democracias que impedem a entrada de indivíduos considerados prejudiciais ao país", disse o primeiro-ministro Netanyahu em comunicado.

Só que, em julho, o embaixador israelense nos EUA, Ron Dermer, dissera que isso não pesaria na concessão dos vistos, e que o governo israelense permitiria a entrada das congressistas, levando em conta as relações entre os dois países e o respeito pelo Congresso americano.

MD/efe/afp/rtr

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