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Decepcionados, brasileiros assistem à festa do futebol francês

Felipe Tadeu (gf)2 de julho de 2006

Milhares de espectadores assistem ao triunfo da seleção francesa na Main Arena, em Frankfurt, e acompanham o show de Zidane que eliminou os pentacampeões da Copa do Mundo.

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Sorriso virou choro na margem do MenoFoto: picture-alliance / dpa

Mais parecia uma festa promovida pela ONU (Organização das Nações Unidas). A multidão que foi assistir aos jogos deste sábado (1/7), válidos pelas quartas-de-final da Copa do Mundo no telão flutuante instalado no rio Meno, compunha um belo painel da diversidade étnica da humanidade.

Gente vestida com camisas das seleções mais improváveis confirmavam mais uma vez a soberania do futebol como o esporte mais popular do planeta. E, definitivamente, a Main Arena, como um dos principais acontecimentos desta Copa.

A torcida pró-Brasil extrapolava o contingente dos conterrâneos de Ronaldo e cia. Era comum ver alemães trajando roupas nas cores verde-amarelo. E ainda que a seleção canarinho não estivesse bem no campeonato, parecia não restar dúvidas quanto à equipe mais carismática do torneio.

São Pedro brasileiro

O sol radiante que imperou o dia inteiro sobre Frankfurt emprestava ares tropicais à arena. O clima na platéia era de tranqüilidade, ainda que a Inglaterra tivesse sido eliminada da Copa pelos portugueses na partida anterior. O sucesso da equipe lusitana trazia a impressão de que o Brasil passaria pela França.

Fußball, WM 2006, Brasilien - Frankreich, 01.07.2006, Treffer Henry
'Zi dane'? Dida é quem foi buscar a bola no fundo das redes ...Foto: AP

Os portões da Main Arena foram abertos ao público às 14 horas (9h de Brasília). Cinco horas antes da segunda partida deste sábado, já era grande o número de torcedores brasileiros. Um dos que mais chamavam a atenção portava um cartaz com os seguintes dizeres: "A França que 'Zi dane'. Viva o Bussunda".

Mal sabia ele que o meia francês estava em um de seus grandes dias. A alemã Susan Grösser, de Offenbach, era uma que esbanjava alegria. Ela teve fôlego para assistir às duas partidas do dia e torceu corajosamente por Portugal colada a um grupo de ingleses.

"Vim aqui por causa do futebol. Sou mulher, mas adoro o futebol e não perco um jogo do time da minha cidade", disse. Susan acredita que a final em Berlim será entre França e Alemanha. "Mas eles não terão chances conosco."

Antes do começo do jogo entre Inglaterra e Portugal, subiu ao palco montado na Main Arena um curioso sexteto de cantores brasileiros empenhados em aquecer o astral dos torcedores. Eram os Legendários do Brasil, grupo formado apenas por ex-craques de outras Copas, como Jairzinho, o glorioso ponta-direita da seleção de 70.

Os Legendários cantaram uma engraçada versão do clássico cubano Guantanamera que acabou virando Carioca da gema. Uma canção oportuna para a ocasião, afinal o Brasil era o único país das Américas que resistia na Copa.

Ao final da partida, vencida com justiça pela França, a decepção estava estampada em boa parte da platéia. O Brasil fora da disputa é uma Copa mais triste.

O paulistano Luciano Cardoso não escondia sua frustração diante da atuação brasileira. "A seleção não merecia ir em frente. Pena que no futebol o treinador pode mudar a equipe com bem entende e a torcida não tem o direito de trocar de treinador", comentou.