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Cyril Ramaphosa é eleito novo presidente da África do Sul

15 de fevereiro de 2018

Legisladores do partido governista confirmam líder da legenda como novo chefe do Executivo após renúncia de Jacob Zuma. Ex-presidente foi pressionado a deixar o cargo em meio a centenas de acusações de corrupção.

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Cyril Ramaphosa
Ramaphosa, que era vice de Zuma, convocou uma luta contra a corrupção na África do SulFoto: picture-alliance/AP Photo

Um dia após a renúncia de Jacob Zuma, legisladores do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) elegeram Cyril Ramaphosa presidente da África do Sul. 

Ramaphosa, que já havia assumido a presidência interinamente, era o único candidato nomeado para a votação no Parlamento, após dois partidos de oposição se recusarem a participar do pleito, exigindo – sem sucesso – a dissolução da Assembleia Nacional e eleições antecipadas.

Líder do CNA e vice-presidente da África do Sul até esta quarta-feira, Ramaphosa foi empossado pelo presidente do tribunal constitucional sul-africano, Mogoeng Mogoeng, numa sessão extraordinária do Parlamento.

Os países mais corruptos do mundo

Ramaphosa é o quinto presidente do país desde que o CNA chegou ao poder, em 1994, ano em que terminou o apartheid. Ele deve ficar no cargo até maio de 2019, quando terminaria o mandato do ex-presidente.

Zuma renunciou após pressão de seus correligionários e anos de escândalos de corrupção que abalaram a imagem do CNA. O partido, que foi o principal movimento contra o governo de minoria branca, antes contava com o status moral de ser o partido de Nelson Mandela.

No total, Zuma – que foi presidente durante nove anos – é alvo de quase 800 acusações por corrupção, entre elas as relativas a contratos de armas do final dos anos 1990 e a investigações por ter usado o Estado para favorecer empresários vinculados com concessões públicas milionárias. Ele nega as acusações.

Ao exigir a saída de Zuma, o CNA afirmou que a medida era necessária para que o país pudesse avançar rumo à estabilidade política e à recuperação econômica. Em reação à renúncia e à eleição de Ramaphosa, o principal índice da bolsa de valores sul-africana avançou quase 4%. O rand, a moeda do país, alcançou seu valor mais alto em quase três anos frente ao dólar.

A fundação Nelson Mandela saudou a renúncia de Zuma, mas afirmou que o Estado precisa agir contra "redes de criminalidade" que prejudicaram a democracia no país.

Ramaphosa, que se tornou líder do CNA em dezembro passado, convocou uma luta contra a corrupção no país. Nesta sexta-feira, ele deve fazer o tradicional discurso sobre o estado da nação, que foi postergado devido às negociações a portas fechadas do CNA nos últimos dias, com o objetivo de convencer Zuma a renunciar.

LPF/ap/rtr/lusa

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