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Cuba anuncia racionamento de produtos básicos

11 de maio de 2019

Mercadorias como arroz, feijão, frango e ovos têm vendas limitadas devido a escassez. Governo do país culpa restrições impostas por EUA. Economistas atribuem crise de abastecimento também à situação na Venezuela.

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Moça sentada sobre lata sorri numa fila de supermercado em Havana, Cuba
Fila para comprar frango em HavanaFoto: picture-alliance/AP Photo/R. Espinosa

O governo de Cuba anunciou nesta sexta-feira (10/05) o racionamento de produtos básicos no país, que se prepara para enfrentar a pior crise econômica em décadas. A medida limita a oferta de itens como frango, ovos, arroz, feijão, sabão, entre outros.

A ministra do Comércio, Betsy Diaz Velazquez, disse à agência estatal de notícias de Cuba que serão aplicadas várias formas de racionamento para lidar com a escassez de alimentos básicos. Ela atribuiu a situação ao recrudescimento do embargo comercial dos EUA imposto pela administração Trump. Economistas atribuem a situação também à redução da ajuda vinda da Venezuela, onde o colapso da companhia estatal de petróleo levou ao corte de quase dois terços dos carregamentos de combustível subsidiado, que Cuba usava em seu setor energético e como mercadoria para ganhar moeda forte no mercado aberto.

"Pedimos calma", disse Diaz, acrescentando que os cubanos deveriam sentir-se seguros de que, pelo menos, vai continuar havendo óleo de cozinha em grande quantidade. "Não é um produto que estará ausente do mercado, de forma alguma."

Cuba importa cerca de dois terços dos seus alimentos, a um custo anual de mais de dois bilhões de dólares, e a escassez temporária de produtos básicos é comum na ilha há vários anos.

Nos últimos meses, um número crescente de produtos começou a desaparecer por dias ou semanas, e grandes filas começaram a se formar nos supermercados em poucos minutos, após o aparecimento de produtos escassos, como frango ou farinha.

 O cubanos têm direito a uma cesta básica de alimentos a preços subsidiados, através de uma caderneta de racionamento conhecida como "la libreta", que os próprios cidadãos consideram insuficiente.

Outros produtos são vendidos fora dessa caderneta, a preços regulados porém mais altos, na cadeia estatal de mercados Ideal. São estes que estão sofrendo as novas restrições anunciadas.

Uma alternativa são os supermercados estatais em moedas estrangeiras, com preços mais altos, onde também foram registrados desabastecimentos e longas filas.

Nos mercados Ideal, a venda de arroz será limitada a sete quilos por compra, enquanto a de feijão, a pouco mais de dois quilos. Cada cliente só poderá comprar uma garrafa de detergente, um tubo de pasta de dentes, duas pedras de sabão e três de sabonete.

No começo de abril, o líder do governista Partido Comunista Cubano (PCC), Raúl Castro, descartou que o país esteja perto de uma crise econômica similar à que atravessou na década de 1990, mas pediu que os cidadãos se preparem para tempos difíceis, em meio ao cerco imposto pelos Estados Unidos.

O denominado "Período Especial" começou a partir da derrocada dos regimes socialistas. Cuba perdeu quase todos os seus vínculos econômicos externos, o PIB caiu quase 35% de 1989 a 1993.

MD/afp/ap/lusa

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