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Questão nuclear

(gh)23 de dezembro de 2006

O conflito envolvendo o polêmico programa nuclear do Irã já se arrasta desde 2002. Confira alguns fatos que marcaram a disputa.

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Equipamento para usina nuclear no IrãFoto: AP

O atual conflito devido ao programa nuclear de Teerã começou no final de 2002, quando uma emissora de televisão dos EUA divulgou fotos de duas instalações nucleares iranianas até então desconhecidas, Arak e Natanz.

Teerã aceitou as inspeções dos especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e começou um processo no qual se destacam as seguintes datas (informações das agências de notícias EFE e DPA):

2003

Fevereiro: O então presidente do Irã, Mohammad Khatami, afirma que seu país produzirá seu próprio combustível nuclear. Inspetores da AIEA começam a supervisionar as instalações nucleares.

Outubro: O Irã aceita cooperar com a AIEA e suspende o enriquecimento de urânio.

Novembro: A AIEA afirma que o Irã reconhece ter produzido pequenas quantidades de urânio altamente enriquecido, suficientes para alimentar armas nucleares, embora não haja provas de que tivesse intenção de construí-las.

Dezembro: O Irã assina a adesão ao Protocolo Adicional do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

2004

Fevereiro: Diferentes fontes afirmam que o pai da bomba atômica paquistanesa, Abdul Qadeer Khan, entrega tecnologia e conhecimentos nucleares ao Irã.

Novembro: O UE-3 (Alemanha, França e Reino Unido) consegue que Teerã aceite suspender todas as atividades relacionadas ao enriquecimento de urânio durante o processo de negociação.

2005

Abril: O Irã anuncia que colocará em funcionamento a conversão de urânio na central de Isfahan.

Setembro: A AIEA constata que o Irã violou no passado suas obrigações de salvaguardas internacionais.

2006

9 e 10 de janeiro: O Irã rompe os lacres de três instalações nucleares para investigá-las, o que provoca uma onda de protestos.

12 de janeiro: O UE-3 pede uma reunião de emergência da AIEA para levar a disputa ao Conselho de Segurança.

31 de janeiro: Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais a União Européia acordam em Londres que a AIEA envie o relatório ao órgão da ONU, em sua reunião de urgência em 2 de fevereiro.

4 de fevereiro: A AIEA envia o relatório do Irã ao Conselho de Segurança com o apoio de 27 países, cinco abstenções e a rejeição de Venezuela, Cuba e Síria.

O Irã anuncia que limitará o acesso da AIEA e que retomará seu programa de enriquecimento de urânio.

20 de fevereiro: Termina sem acordo a primeira rodada de consultas sobre a iniciativa do Kremlin de enriquecer urânio na Rússia para abastecer o Irã. A proposta russa será rejeitada poucos dias depois por Teerã.

Mahmud Ahmadinedschad
Ahmadinejad não está disposto a cederFoto: AP

11 de abril: Mahmud Ahmadinejad – presidente do Irã desde junho de 2005 – confirma que o combustível produzido pela primeira vez nas centrais iranianas tem 3,5% de enriquecimento.

13 de abril: O diretor da AIEA, Mohammed El Baradei, viaja a Teerã, mas fracassa na tentativa de que o Irã pare o enriquecimento de urânio.

28 de abril: El Baradei afirma em seu relatório para o Conselho de Segurança que o Irã não cumpriu a exigência de parar o enriquecimento de urânio.

29 de junho: O Irã anuncia que responderá oficialmente em agosto à oferta de incentivos da comunidade internacional para que suspenda o programa de enriquecimento de urânio.

6 de junho: O encarregado de segurança e política externa da UE, Javier Solana, faz aos iranianos uma oferta de colaboração política, econômica e nuclear para que Teerã interrompa suas atividades nucleares.

12 de julho: Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e a Alemanha definem em Paris que a disputa nuclear com o Irã seja assumida novamente por esse órgão da ONU, com a possibilidade de aplicar sanções.

28 de julho: O Conselho de Segurança alcança um acordo sobre a resolução do conflito do Irã.

31 de julho: O Conselho de Segurança da ONU aprova uma resolução exigindo que o Irã suspenda obrigatoriamente as atividades de enriquecimento de urânio, e dá como prazo até 31 de agosto.

22 de agosto: Sem dar sinais de que pretende ceder, o Irã entrega uma resposta por escrito à proposta internacional apresentada por Solana em junho.

29 de agosto: Ahmadinejad reitera que o Irã continuará enriquecendo urânio.

31 de agosto: Termina mais um ultimato imposto pela ONU e Ahmadinejad diz que seu país não se curvará à pressão internacional.

23 de dezembro: O Conselho de Segurança da ONU aprova por 15 votos a 0 sanções contra o Irã.