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PolíticaCoreia do Sul

Coreia do Norte acusada de hackear Pfizer para roubar dados

16 de fevereiro de 2021

Citando o serviço de inteligência da Coreia do Sul, parlamentar diz que hackers norte-coreanos tentaram invadir os sistemas de computação da farmacêutica em busca de tecnologia sobre vacina e tratamento contra covid-19.

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Kim Jong-un, líder norte-coreano
Kim Jong-un insiste que a Coreia do Norte não registrou nenhum caso de coronavírus até hojeFoto: KCNA/REUTERS

Hackers norte-coreanos tentaram roubar informações sobre vacinas e tratamentos contra a covid-19, denunciou nesta terça-feira (16/02) o serviço de inteligência da Coreia do Sul. Segundo um parlamentar sul-coreano, a farmacêutica Pfizer foi alvo da tentativa de ciberataque.

O Serviço Nacional de Inteligência de Seul "nos informou que a Coreia do Norte tentou obter tecnologia envolvendo a vacina e o tratamento contra a covid-19 usando guerra cibernética para invadir a Pfizer", disse Ha Tae-keung, um membro da oposição no painel de inteligência parlamentar sul-coreano.

Falando a repórteres após uma audiência parlamentar a portas fechadas, ele não deu detalhes sobre quando os hackers norte-coreanos teriam tentado invadir os sistemas de computação da gigante farmacêutica, tampouco se tiveram sucesso.

Há tempos a Coreia do Norte é acusada de operar um exército de milhares de hackers bem treinados que atacam empresas, instituições e pesquisadores na Coreia do Sul e em outros países, em busca de informações sigilosas ou mesmo dinheiro para financiar seu programa nuclear – conforme acusou a ONU em um relatório confidencial divulgado na semana passada.

Em 2020, hackers norte-coreanos já teriam tentado invadir os sistemas de pelo menos nove empresas da área da saúde, incluindo Johnson & Johnson, Novavax e AstraZeneca.

O Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul disse ainda que frustrou tentativas de seu vizinho de invadir empresas sul-coreanas que desenvolvem vacinas contra a covid-19.

Especialistas em saúde acreditam que os hackers norte-coreanos estariam mais interessados em vender os dados roubados sobre as vacinas do que usá-los para desenvolver um imunizante em seu território.

A vacina da Pfizer, desenvolvida em parceria com a alemã Biontech, foi a primeira contra a covid-19 a ser aprovada para uso emergencial no Ocidente, ainda no ano passado.

Em dezembro, as duas empresas já haviam afirmado que documentos relacionados à vacina foram "acessados ilegalmente" durante um ciberataque a um servidor da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que regula remédios na Europa.

A declaração foi feita depois que a EMA, com sede em Amsterdã, disse ter sido vítima de um ataque de hackers, sem especificar quando ocorreu ou se seu trabalho contra a covid-19 era o alvo.

Coreia do Norte se diz livre do coronavírus

A Coreia do Norte está isolada desde o fechamento de suas fronteiras em janeiro de 2020, visando se proteger do vírus detectado pela primeira vez na China e que acabou se espalhando pelo mundo, matando mais de 2,4 milhões de pessoas, segundo dados oficiais.

O líder Kim Jong-un tem insistido repetidamente que o país até hoje não registrou nenhum caso de coronavírus, embora especialistas externos duvidem dessas afirmações.

O fechamento das fronteiras aumentou a pressão sobre a economia cambaleante da Coreia do Norte, já afetada por sanções internacionais impostas devido a seu programa nuclear, o que acabou elevando a urgência de Pyongyang em encontrar uma maneira de lidar com a epidemia.

A Coreia do Norte deve receber quase 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford no primeiro semestre deste ano, por meio do consórcio Covax Facility – o programa para compra e distribuição de vacinas contra a covid-19 é apoiado pelas Nações Unidas e visa um acesso mais igualitário aos imunizantes, priorizando países mais pobres.

ek/lf (AFP, Reuters, DPA, AP)