1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Conselho judeu é a favor de edição comentada de "Minha Luta"

3 de dezembro de 2015

Presidente alerta, porém, sobre os riscos da difusão de versões não comentadas do livro escrito por Adolf Hitler, que cai em domínio público no final de 2015.

https://p.dw.com/p/1HGnu
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann

O presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Josef Schuster, alertou sobre os riscos da difusão de versões não comentadas do livro Minha Luta (Mein Kampf), escrito por Adolf Hitler em 1924 e que cai em domínio público ao fim de 2015.

Em entrevista ao jornal Handelsblatt, publicada nesta quinta-feira (03/12), Schuster afirmou que as autoridades devem agir de todos os modos para impedir a difusão e a venda do livro.

Schuster também declarou ao Handelsblatt não ter nada contra edições comentadas para fins de pesquisa e estudo. Ele disse que o estudo do livro é importante para a compreensão do nazismo e do Holocausto. A posição diverge da antiga presidente do Conselho Charlotte Knobloch, que sempre se mostrou cética quanto a edições comentadas.

Desde a publicação do primeiro volume, em 1925, até o fim das impressões, em 1945, cerca de 9,8 milhões de exemplares de Minha Luta foram vendidos ou distribuídos na Alemanha.

Ao contrário do que muitos pensam, Minha Luta não é expressamente proibido na Alemanha. Os direitos autorais pertencem ao estado da Baviera, que não permite que novas impressões sejam feitas. Assim, desde 1945 o livro não é mais publicado no país. Contudo, o panfleto de Hitler cai em domínio público no final de 2015, passados 70 anos da morte do autor, o que, em tese, permite que qualquer editora o publique.

Para impedir isso, os estados alemães decidiram que publicação do livro continuará não sendo possível. Em vez da lei de direitos autorais, passará a ser usada a legislação contra a incitação ao ódio. No caso de edições comentadas, haverá uma análise caso a caso. Em última instância, a decisão caberá à Justiça.

AS/dpa