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Pena confirmada de Charles Tayler põe fim a sete anos de processo

26 de setembro de 2013

O ex-presidente da Libéria deverá passar o resto da vida numa prisão estrangeira. Sentença histórica foi a primeira contra antigo chefe de Estado desde os julgamentos de nazistas em Nurembergue, em 1946.

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Charles Taylor aguarda sentença em Haia, em maio de 2013Foto: AP

O ex-presidente da Libéria Charles Taylor terá, de fato, que cumprir pena de 50 anos de prisão por atrocidades de guerra em Serra Leoa. Um tribunal de apelação na cidade holandesa de Leidschendam, próximo à capital, Haia, confirmou nesta quinta-feira (26/09) o veredicto de abril de 2012, por 11 acusações de envolvimento em crimes de guerra e contra a humanidade. Estes incluem homicídio, estupro, escravidão e recrutamento de crianças-soldado no país vizinho.

Segundo o tribunal especial da Organização das Nações Unidas, presidido pelo juiz George King, na guerra civil de Serra Leoa Taylor armou e apoiou os rebeldes, notórios por sua brutalidade. Além disso, enviou tropas liberianas para lutarem ao lado dos rebeldes da Frente Revolucionária Unida (RUF, da sigla em inglês). Por esses atos, o ex-chefe de Estado foi pago com assim chamados "diamantes de sangue", extraídos em condições desumanas.

Tanto a acusação quanto a defesa haviam impetrado recurso contra a pena de 50 anos pronunciada em primeira instância, em 30 de maio de 2012: enquanto a promotoria pedira 80 anos de prisão, os advogados de Taylor exigiam sua absolvição. Durante todo o processo, o réu insistiu na própria inocência, alegando ser vítima de uma conspiração.

Desde os julgamentos de Nurembergue, após o fim da Segunda Guerra Mundial, Charles Taylor é o primeiro ex-chefe de Estado a responder diante de um tribunal internacional por incitação e cumplicidade com crimes de guerra. Ele deverá cumprir pena numa penitência britânica. Este foi o último julgamento do Tribunal Especial para a Serra Leoa.

Ainda no último sábado, centenas de cidadãos haviam se reunido em Monróvia, capital da Libéria, reivindicando a libertação do ex-governante, atualmente com 65 anos. Na guerra civil de Serra Leoa, de 1991 a 2001, 120 mil pessoas perderam a vida num dos confrontos mais sangrentos da história recente da África.

AV/afp/dpa/epd/rtr