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Teste nuclear

25 de maio de 2009

Intensidade do teste subterrâneo corresponde à das bombas lançadas pelos EUA contra Hiroshima em 1945. Líderes políticos internacionais condenam com rigor a iniciativa norte-coreana.

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Foto: AP Graphics

O teste nuclear realizado pela Coreia do Norte nesta segunda-feira (25/05) desencadeou protestos internacionais. Segundo informações oficiais de Pyongyang, o país comunista realizou um teste nuclear subterrâneo "para reforçar sua capacidade nuclear de intimidação e defesa".

O Ministério russo da Defesa confirmou uma explosão atômica no nordeste do país e estima que sua potência tenha sido semelhante à das bombas nucleares lançadas pelos Estados Unidos sobre a cidade japonesa de Hiroshima em 1945. A agência sul-coreana de notícias Yonhap informou que, após o teste subterrâneo, Pyongyang lançou três mísseis de curto alcance.

Os testes nucleares realizados pelo país comunista são uma clara violação das resoluções das Nações Unidas e ameaçam a segurança da região, disse o porta-voz do Ministério alemão das Relações Exteriores, Jens Plötner, nesta segunda-feira em Berlim. Ao mesmo tempo, ele exigiu que a Coreia do Norte abra mão de tais "provocações irresponsáveis" no futuro.

"Violação ultrajante", diz Solana

Também a União Europeia (UE) condenou o experimento. O alto representante de Política Externa e Segurança do bloco europeu, Javier Solana, considerou o teste uma ação irresponsável, que exige "uma resposta firme" da comunidade internacional.

O teste foi uma "violação ultrajante" à resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, declarou Solana em Bruxelas. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que a UE rejeita categoricamente essa provocação e fez um apelo pela retomada das negociações sobre o programa nuclear da Coreia do Norte.

A França, por seu lado, reivindicou o endurecimento imediato das sanções contra Pyongyang. Paris irá discutir com seus parceiros da Organização das Nações Unidas as consequências "desse grave ato", anunciou o ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner.

O teste norte-coreano não surpreendeu o presidente dos EUA, Barack Obama. Segundo ele, o acontecimento constitui um "desrespeito flagrante" ao Conselho de Segurança da ONU e uma violação do direito internacional. Na opinião de Obama, a Coreia do Norte estaria ameaçando a paz e a segurança internacionais.

A Rússia considera o teste uma violação da resolução das Nações Unidas. O fato também agrava as tensões na região, declarou o Ministério do Exterior em Moscou, acrescentando que isso compromete seriamente o empenho internacional pela não-proliferação de armas nucleares.

Somente as negociações entre o chamado "grupo dos seis" (EUA, Japão, China, Rússia, Coréia do Sul e Coreia do Norte) poderiam solucionar o problema nuclear norte-coreano, declarou Moscou.

Reunião de emergência do Conselho de Segurança

Segundo a agência de notícias Kyodo, o vice-ministro japonês de Relações Exteriores, Mitoji Yabunaka, reivindicou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança. Baseando-se em informações do enviado especial da Rússia na ONU, Vitali Tchurkin, agências de notícias russas informaram que foi convocada para esta segunda-feira uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, atualmente presidido pela Rússia.

As Nações Unidas haviam imposto sanções contra a Coreia do Norte em reação ao primeiro teste atômico subterrâneo, em 2006. Em abril último, Pyongyang voltou a atrair críticas internacionais ao lançar um míssil de longo alcance. Após sua condenação pelo Conselho de Segurança, o governo comunista anunciou a retomada de seu programa nuclear e o boicote às negociações com o "grupo dos seis".

RW/ap/dpa/reuters

Revisão: Simone Lopes