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Marines de volta

(jl)5 de abril de 2007

Depois de 12 dias mantidos como prisioneiros, militares da marinha inglesa voltam para casa. Alguém saiu ganhando da crise? O programa nuclear iraniano será afetado?

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Militares ingleses que foram presos no IrãFoto: AP

Os 15 militares da marinha inglesa libertados pelo governo do Irã aterrissaram com um avião da British Airways na manhã desta quinta-feira (05/04) no aeroporto de Heathrow, em Londres, após 12 dias de detenção. Instantes depois do pouso, foram levados de helicóptero até uma base da Força Aérea, onde encontrariam seus familiares.

Enquanto os analistas políticos e a imprensa internacional continuam divididos se a libertação do grupo de 14 homens e uma mulher foi um triunfo diplomático do Reino Unido ou um golpe de mestre do governo iraniano, os líderes da negociação dos dois países declaravam suas versões sobre a resolução da crise.

Versões contrastantes

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou que a libertação dos prisioneiros foi um presente para o povo do Reino Unido e que as negociações teriam sido mais fáceis se os diplomatas ingleses tivessem admitido haver invadido o território iraniano. Blair, por sua vez, afirmou que os soldados foram presos em território marítimo iraquiano, e que não houve nenhuma política de troca de favores.

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Na cerimônia de libertação dos ingleses, o presidente iraniano condecora o militar responsável pela prisãoFoto: AP

Blair afirmou ainda que o governo inglês se utilizou de uma dupla estratégia. Ao mesmo tempo em que se mantinham as negociações diretas com o governo iraniano, a comunidade internacional era mobilizada para fornecer apoio e maiores meios de pressão para a resolução.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou seu agradecimento ao presidente do Irã pela libertação dos 15 militares e disse confiar que incidentes como este não se repetirão no futuro. Por sua vez, Ahmadinejad elogiou a atuação de Ban Ki-moon nas negociações, caracterizando suas atitudes como delicadas e decisivas.

Crise repercute na Alemanha

Iranisches Atomkraftwerk
Técnicos trabalhando na usina nuclear ao sul de TeerãFoto: AP

O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, declarou na quarta-feira que esperava que a forma pacífica de negociação entre o Irã e a Inglaterra servissem como uma abertura para mais negociações entre os países europeus e Teerã. Ele se referia às pressões que o Conselho de Segurança das Nações Unidas vem fazendo sobre o governo iraniano, a fim acabar modificar o programa atômico do país.

Steinmeier declarou que a comunidade internacional está aberta para recomeçar as discussões sobre a questão nuclear. O conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu em março último, por unanimidade, impor sanções ao país, por sua recusa de suspender o enriquecimento de urânio. O Irã insiste que seu programa nuclear só tem objetivos de geração de energia.