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Comunidade internacional confirma ajuda bilionária ao Afeganistão

8 de julho de 2012

Conferência internacional em Tóquio garante repasse de recursos e estabelece compromissos mútuos. Presidente afegão promete reformas. Conflitos no sul do país deixam pelo menos 39 vítimas fatais, sendo 14 civis.

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Treffen auf der internationalen Afghanistan-Konferenz in Tokio. Afghan President Hamid Karzai (R) talks with German Foreign Minister Guido Westerwelle (2nd R) and Economic Cooperation and Development Minister Dirk Niebel (3rd R) while Japan's Foreign Minister Koichiro Gemba talks with U.S. Secretary of State Hillary Clinton during a photo session at the Tokyo Conference on the Reconstruction of Afghanistan, in Tokyo July 8, 2012. Major donors pledged on Sunday to give Afghanistan $16 billion in development aid over the next four years as they seek to prevent it from sliding back into chaos when foreign troops leave, but demanded reforms to fight corruption. REUTERS/Kim Kyung-Hoon (JAPAN - Tags: POLITICS MILITARY) - eingestellt von ml
Foto: Reuters

Cerca de 80 representantes de países doadores e vizinhos, assim como de organizações internacionais, vão garantir uma ajuda financeira ao Afeganistão de mais de 16 bilhões de dólares entre 2012 e 2015 – ou seja, cerca de 4 bilhões de dólares por ano. A partir daí, até o ano 2017 as verbas continuarão a fluir, porém num volume mais reduzido.

A decisão concluiu a Conferência Internacional para o Afeganistão, realizada em Tóquio neste domingo (08/07), cuja diretriz foi "nenhuma ajuda sem retribuição". Assim, no documento conclusivo, o presidente afegão, Hamid Karzai, garantiu a intensificação do combate à corrupção e às drogas, melhor governança, eleições livres em 2014 e 2015 e uma reforma financeira em seu país.

Instabilidade

O encontro de um dia no Japão foi a contrapartida civil para as resoluções da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte em Chicago, em maio deste ano. Nela, os países que mantêm as tropas internacionais se comprometeram a auxiliar as forças de segurança afegãs com 3,6 bilhões de dólares anuais, a partir de 2014. Cabul deverá contribuir com, pelo menos, 500 milhões de dólares. A partir de 2024, o Afeganistão passa a arcar sozinho com os custos.

Até 2014 a Otan pretende retirar do Afeganistão a maior parte dos 130 mil soldados internacionais. Eventos recentes demonstram quão instável é o país. Segundo informações oficiais, 20 militantes talibãs, 14 civis – sendo quatro crianças – e cinco policiais morreram em dois atentados e uma luta armada no sul do país, neste domingo.

A Organização das Nações Unidas critica o número excessivo de civis entre as vítimas fatais da violência: no último ano elas foram 3.021 – o balanço mais alto desde o começo da guerra.

Paz com os talibãs

Os participantes da conferência na capital japonesa se comprometeram com um processo para a paz com os talibãs, sob a condição de que estes renunciem à violência, acatem a Constituição e cortem os laços com o terrorismo internacional, diz o documento final.

Entre os políticos presentes estavam a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, declarou aos delegados internacionais: "Precisamos de uma boa governança no Afeganistão, precisamos de uma governança melhor".

A Alemanha é o terceiro maior doador para aquele país asiático, depois dos Estados Unidos e do Japão. Após o fim da ação militar internacional em solo afegão, em 2014, Berlim seguirá liberando 430 milhões de euros "pelo menos até 2016" para o desenvolvimento do Afeganistão.

Presidente mostra-se autocrítico

Karzai confirmou que, no geral, a situação em seu país continua periclitante e que a economia nacional segue subdesenvolvida, apesar de todos os avanços alcançados nos últimos anos. A corrupção mina a eficiência da ajuda humanitária internacional. Serão necessários ainda muitos anos de trabalho duro até o Afeganistão alcançar a autonomia, admitiu o presidente.

Seu governo apresentou um esboço estratégico aos dirigentes e representantes reunidos em Tóquio, assegurando seus intentos no sentido do desenvolvimento e de reformas.

O documento final de duas partes divulgado em Tóquio fala de uma "mudança de paradigma" no relacionamento entre o Afeganistão e a comunidade internacional. Progressos quanto aos compromissos assumidos mutuamente deverão ser verificados regularmente. A cada dois anos haverá uma conferência de nível ministerial, estando a primeira marcada para acontecer no Reino Unido depois das eleições presidenciais afegãs, em 2014.

AV/ ap, dpa, dapd
Revisão: Mariana Santos