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Comissão Europeia propõe embargo a petróleo russo

4 de maio de 2022

Pela proposta, medida deve ser adotada gradualmente e concluída até o final deste ano. Banimento ganhou força após Alemanha apoiar ideia. Bloco quer aumentar pressão sobre Moscou devido à guerra na Ucrânia.

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Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fala no Parlamento Europeu
Von der Leyen apresentou ao Parlamento Europeu sexto pacote de sanções contra a RússiaFoto: Jean-Francois Badias/AP Photo/picture alliance

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta quarta-feira (04/05) um embargo gradual às importações de petróleo da Rússia, devido à guerra na Ucrânia. Pela proposta, os países da União Europeia (UE) reduziriam a participação russa no fornecimento da commodity ao longo do ano de modo a alcançar o banimento total no final de 2022.

Num discurso ao Parlamento Europeu, no qual anunciou um sexto pacote de sanções contra Moscou, Von der Leyen afirmou que o embargo é voltado a "maximizar a pressão sobre a Rússia", porém, ressaltou que não será fácil aplicar a medida, pois alguns países do bloco ainda dependem fortemente do petróleo russo.

A proposta do embargo ao petróleo russo foi apresentada após semanas de negociações entre os países-membros do bloco, que devem enfrentar consequências econômicas caso o banimento seja colocado em prática. A medida ganhou força no início desta semana, depois de a Alemanha, um dos grandes importadores de petróleo russo, passar a apoiar a ideia.

Von der Leyen disse que o bloco pretende eliminar de forma gradual e ordenada a dependência do petróleo russo ao buscar alternativas de abastecimento voltadas a minimizar o impacto nos mercados globais. Dessa maneira, pretende-se preservar a estabilidade econômica europeia e os preços globais da commodity.

"Iremos eliminar progressivamente o fornecimento russo de petróleo bruto no prazo de seis meses e de produtos refinados até ao final do ano", explicou.

Segundo ela, o objetivo é maximizar a pressão sobre a Rússia, porém, sem causar grandes danos colaterais aos países europeus e seus parceiros globais. "Para ajudar a Ucrânia, a nossa própria economia tem de permanecer forte."

Exceções a Hungria e Eslováquia

Segundo fontes da Comissão, a proposta prevê exceções a Hungria e Eslováquia, que são altamente dependentes do petróleo russo e não têm acesso ao mar. Para esses dois países, o período de transição deverá ser estendido até o fim de 2023.

A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE em relação à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias. A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importados pelos países do bloco.

Sexto pacote de sanções

O sexto pacote de sanções contra Moscou anunciado por Von der Leyen prevê a inclusão de mais nomes a lista de restrições, incluindo militares de alta patente e indivíduos que estão relacionados ao massacre de Bucha, e suspensão do banco Sberbank, o maior da Rússia, e de mais dois outros dois grandes bancos do sistema de transições interbancárias Swift.

"Com isso, atingimos bancos que são sistemicamente críticos para o sistema financeiro russo e para a capacidade de Putin para travar a destruição, e isso irá solidificar o isolamento completo do setor financeiro russo do sistema global", salientou Von der Leyen.

O bloco pretende ainda banir as três grandes emissoras estatais russas, que não terão mais possibilidade de difundir conteúdo na União Europeia. "Não devemos lhes dar mais um palco para espalharem estas mentiras", acrescentou a presidente da Comissão.

As propostas devem ser agora analisadas pelos embaixadores dos 27 países do bloco, e caso não haja grandes objeções, esse pacote de sanções pode ser finalizado e adotado nos próximos dias.

cn/lf (Lusa, DPA, AFP)