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Comissão autoriza 29 partidos a concorrer na eleição para o Bundestag

19 de julho de 2009

Além dos partidos tradicionais, eleição parlamentar alemã de setembro terá novidades como o Partido Pirata e a União Livre. Partidos de protesto não obtêm permissão para concorrer e afirmam que vão recorrer.

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Partido Pirata quer mostrar sua força na eleição ao BundestagFoto: DW

Ao menos 29 partidos disputarão a preferência dos eleitores alemães na eleição legislativa de 27 de setembro, que renovará o Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão).

Além dos seis maiores (CDU, CSU, SPD, Partido Liberal, Partido Verde e A Esquerda), que têm bancada no congresso, e dos extremistas de direita NPD e DVU, representados em algumas câmaras estaduais, 21 agremiações obtiveram, na última sexta-feira (17/07), autorização da Comissão Eleitoral Federal para concorrer. Outras 31 associações tiveram seus pedidos negados. Elas ainda podem recorrer da decisão.

Entre os novos aspirantes ao poder estão partidos de grande presença na mídia alemã, como o Partido Pirata, que defende os direitos dos usuários de novas tecnologias, e a União Livre, fundada pela dissidente da CSU Gabriele Pauli, famosa pelas denúncias de espionagem que em 2007 levaram à queda do então governador da Baviera, Edmund Stoiber.

Poucas chances

Se for levado em conta o resultado de eleições anteriores, os "nanicos" não têm grandes chances no pleito de 2009. Em 2005, os "outros partidos" ficaram com apenas 4% dos votos. A legislação da Alemanha determina que cada partido deve obter ao menos 5% dos votos para ingressar no Bundestag.

Pesquisa divulgada neste domingo também coloca dúvidas sobre o sucesso dos novos competidores. Nada menos que 80% dos entrevistados disseram que a chanceler federal Angela Merkel, da CDU, deverá ser reeleita em setembro.

BdT Gabriele Pauli
Gabriele Pauli: famosa pela renúncia de um governadorFoto: AP

"Há décadas não medíamos uma taxa tão alta de aprovação para um chanceler federal", afirmou o presidente do instituto Emnid, Klaus-Peter Schoeppner, ao jornal Bild am Sonntag. "Especialmente inusitada é a alta expectativa de derrota entre os partidários do SPD."

O social-democrata SPD integra a grande coalizão com os "partidos gêmeos" CDU e CSU, ambos conservadores cristãos. O candidato dos social-democratas à Chancelaria Federal é o atual ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier. Há anos o partido passa por uma crise de identidade, cujo principal reflexo é a perda de afiliados.

Novos partidos

O Partido Pirata, fundado em 2006 na Alemanha, afirmou perante a comissão que possui 4.397 filiados e associações nos 16 estados da federação. Até o momento participou apenas de eleições estaduais em Hessen e Hamburgo.

O partido defende, por exemplo, que usuários de novas tecnologias possuam maior controle sobre o que é feito com seus dados pessoais. Também é contra o excesso de controle na internet.

A União Livre foi fundada em 21 de junho de 2009, mas já tem, segundo suas próprias informações, mais de mil filiados e está representada em toda a Alemanha. No seu programa de governo, o partido defende, entre outros pontos, a eleição direta para chanceler federal e governador.

Os recusados

Entre os recusados estão alguns partidos de protesto, como o Partei (Partido do Trabalho, Estado de Direito, Proteção aos Animais, Incentivo às Elites e Iniciativa Democrática de Base, cuja sigla em alemão significa simplesmente "partido") e o APPD (Partido Anarquista Pogo da Alemanha), cujo líder Volker Stoi se apresentou à comissão afirmando ser "imperador e presidente" do partido: "Meu nome é Volker Stoi – Stoi como Stoiber".

O APPD foi criado em 1981 por punks de Hannover e se apresenta como representante dos "parasitas sociais". O nome é uma referência ao pogo, a dança punk.

Tanto o Partei como o APPD puderam concorrer nas eleições de 2005, quando alcançaram 17 mil e 7 mil votos, respectivamente. Representantes das agremiações disseram que vão recorrer da decisão da comissão. "Não somos um partido-piada", disse o presidente do Partei, o humorista Martin Sonneborn. "O único legítimo partido-piada da Alemanha é e continuará sendo o FDP [Partido Liberal]", acrescentou.

AS/dpa/ap
Revisão: Augusto Valente