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Cientistas dizem que edição genética pode ser ética

17 de julho de 2018

Alterações genéticas que garantam vida melhor para as pessoas podem ser moralmente aceitáveis desde que não elevem discriminação e divisão social, afirma painel ético britânico.

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Estudos afirmam que a principal tecnologia de edição genética, a CRISPR/Cas9, pode ter efeitos indesejadosFoto: picture-alliance/dpa/Max-Delbrück-Centrum für Molekulare Medizin

Melhorar os genes de bebês ainda não nascidos deveria ser permitido do ponto de vista ético, afirmou nesta segunda-feira (16/07) um painel de médicos de uma fundação britânica que se ocupa com questões de bioética.

Novas tecnologias que permitem a médicos editar o DNA de um embrião para reduzir os riscos de desenvolvimento de doenças na fase adulta são proibidas em vários países.

Mas o Conselho Nuffield de Bioética afirmou que alterações genéticas que garantam uma vida melhor para as pessoas podem ser moralmente aceitáveis desde que não aumentem a discriminação e a divisão social.

"O uso potencial da edição de genomas para influenciar características de gerações futuras não é por si só inaceitável", disse a presidente do painel, Karen Yeung, uma professora de lei e ética na Universidade de Birmingham University. "Não há motivos para simplesmente descartá-la."

O painel não defendeu uma mudança na legislação britânica, mas que sejam feitas pesquisas sobre a segurança e os efeitos da tecnologia, também na sociedade, bem como um amplo debate.

Opositores da edição genética afirmam que ela poderá levar à criação de pessoas que teriam vantagens genéticas injustas sobre os outros, o que ampliaria as desigualdades sociais.

Um dos principais opositores no Reino Unido, o cientista David King, afirmou que as posições do Conselho Nuffield levariam à criação de "bebês sob medida", para os quais os pais poderiam escolher as características genéticas. "Precisamos de uma proibição internacional para a criação de bebês geneticamente editados", afirmou.

O debate ocorre na sequência de um alerta de que a mais promissora tecnologia de edição genética, a CRISPR/Cas9, pode ser mais perigosa do que se pensava.

Cientistas que testaram a tecnologia em células humanas e de camundongo concluíram que ela frequentemente leva a mutações genéticas não desejadas, afirmou um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Biotechnology.

"Descobrimos que mudanças no DNA foram seriamente subestimadas até agora", disse o cientista britânico Allan Bradley, um dos autores do estudo.

Outro estudo, publicado no mês passado, sugere que a CRISPR/Cas9 pode elevar o risco de câncer em algumas células.

AS/rtr/afp

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