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Europeus não terão mesmos direitos após Brexit, diz May

1 de fevereiro de 2018

Primeira-ministra diz que europeus no Reino Unido desde antes do Brexit terão direitos preservados, diferentemente dos chegarem durante os dois anos do período de transição. UE, por sua vez, quer manter livre circulação.

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A primeira-ministra britânica Theresa May, em visita oficial à China
A primeira-ministra britânica Theresa May, em visita oficial à ChinaFoto: Getty Images/AFP

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou nesta quinta-feira (01/02) que os cidadãos da União Europeia (UE) que chegarem ao Reino Unido durante o período de transição pós-Brexit não terão os mesmos direitos dos que já se encontravam no país antes do início do processo de saída do bloco europeu.

Em Pequim, May disse ser contra as propostas de dar a cidadãos da UE direitos totais de residência caso eles cheguem ao Reino Unido após a saída da UE, em março de 2019. 

"Há uma diferença entre os que vieram antes de nossa saída e aqueles que virão cientes de que o Reino Unido não será mais um membro da UE", disse May, em visita oficial à China.

Leia também: Reino Unido perde em qualquer cenário pós-Brexit, diz estudo

A declaração coloca o Reino Unido em rota de colisão com Bruxelas na questão do tratamento que deve ser dedicado aos europeus durante o período de transição.  

May afirmou que o status dos europeus será "tema para negociações" quando representantes britânicos se reunirem com as autoridades europeias em Bruxelas no mês que vem para acertar os termos do período de transição, que deverá ser de dois anos após o Reino Unido deixar oficialmente a UE.

No início da semana, Bruxelas estabeleceu os limites para um "status quo de transição, [...] até 31 de dezembro de 2020". Isso significaria o prolongamento da livre circulação para cidadãos que se estabelecerem no Reino Unido durante o período de transição. Porém, um acordo desse tipo deve gerar revolta entre os ministros britânicos pró-Brexit e o Partido Conservador de May.

Robin Walker, ministro britânico do Departamento para a Saída da União Europeia, disse nesta quinta-feira que seu país não aceitaria tal acordo. "O acordo sobre os direitos dos cidadãos negociado em dezembro assegura os direitos àqueles que já vivem aqui, mas não cobre os que chegarão depois que deixarmos a UE", disse.

Sem dúvida, trata-se de um dos temas centrais que as duas partes devem solucionar para poder chegar a um acordo sobre a transição, que dará aos dois lados tempo para se prepararem para o impacto de fim de 46 anos de união.

A redução da imigração foi um dos temas que impulsionou a apertada vitória do Brexit no referendo de 2016, após o enorme fluxo de migrantes da UE para o país, vindos principalmente de países do leste europeu.

Muitos apoiadores do Brexit temem que o resultado do referendo seja "traído" caso haja poucas mudanças após o Reino Unido deixar finalmente o bloco europeu.

A primeira-ministra, porém, afirma que os britânicos "não votaram para que nada mudasse" após a saída do país da UE. "O que fazemos agora é o trabalho que o povo britânico pediu para que o governo fizesse, que é entregar-lhes o Brexit."

RC/afp/rtr

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