1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

China reduz tarifas de importação sobre mais de 850 produtos

23 de dezembro de 2019

Entre os produtos beneficiados estão carne de porco congelada, componentes de alta tecnologia e medicamentos. Pequim diz que medida entrará em vigor em janeiro e visa desenvolver a economia do país.

https://p.dw.com/p/3VGpd
Chinesa escolhe carne de porco em mercado em Nanchang
China precisou aumentar importação de porco para enfrentar surto de peste suínaFoto: picture-alliance/Photoshot/Peng Zhaozhi

A China anunciou nesta segunda-feira (23/12) que reduzirá as tarifas de importação sobre mais de 850 produtos a partir de 1º de janeiro para desenvolver a economia do país. O anúncio ocorre após Pequim e Washington alcançarem um acordo preliminar na guerra comercial promovida pelos Estados Unidos, que abalou os mercados financeiros e pressionou o crescimento global.

Entre os produtos que serão beneficiados estão a carne de porco congelada, componentes de alta tecnologia, como equipamentos de testes de semicondutores e chips de memória, além de medicamentos para diabetes, asma e papel.

De acordo com o Ministério das Finanças, citado pela agência de notícias estatal Xinhua, o ajuste visa aumentar as importações e promover o desenvolvimento coordenado do comércio. Pequim vem adotando uma série de medidas de abertura de mercado e cortes de tarifas para recuperar seu crescimento econômico, que cresce nos níveis mais baixos dos últimos 30 anos.

O Ministério das Finanças disse que a redução nas taxas de importação será aplicada em produtos em falta e de uso diário.

O governo chinês reduziu de 12% para 8% as tarifas de importação de carne de porco congelada. Maior produtor e consumidor de suínos do mundo, o país enfrenta um surto de peste suína que dizimou sua criação de porcos.

Desde agosto de 2018, a China teve que abater mais de 1 milhão de porcos devido à peste suína. Especialistas, porém, acreditam que os números oficiais possam ter sido subestimados e que o surto tenha dizimado metade dos mais de 300 milhões de animais produzidos no país. Estima-se que o país importou em 2019 mais do que o dobro de carne suína do que no ano passado.

Taxas também serão cortadas em outros produtos alimentícios, como peixe, suco de laranja, queijo e nozes. A tarifa do abacate congelado passará de 30% para apenas 7%. Determinados medicamentos tiveram suas taxas zeradas, numa tentativa de reduzir os custos dos remédios e estimular a produção de novas drogas. Já a redução das tarifas em produtos de alta tecnologia visa ajudar o país a se tornar um líder mundial no setor.

Pequim também prometeu nesta segunda-feira abrir seus mercados de petróleo, energia, transportes e telecomunicações para investidores privados. Empresas privadas devem ainda receber o mesmo tratamento dado a públicas em vários setores industriais. O governo não deu mais detalhes sobre como pretende implementar essas medidas.

A China, que acabou com as restrições à propriedade estrangeira na fabricação de carros elétricos, disse que pretende estender essa medida a toda indústria automobilística até 2021. Os reguladores também prometeram permitir a propriedade estrangeira no setor financeiro. Pequim pretende ainda continuar com sua política de "tarifas favoráveis" a produtos importados de países menos desenvolvidos com os quais possui relações diplomáticas.

Apesar de o anúncio dos cortes chegar dez dias depois de Pequim e Washington chegarem a um primeiro esboço do acordo para encerrar a guerra comercial, o governo chinês não mencionou os Estados Unidos na declaração desta segunda-feira.

As tensões entre EUA e China têm raízes no desequilíbrio da balança comercial a favor do país asiático, que exporta 419 bilhões de dólares a mais do que importa, o que, segundo o presidente americano, Donald Trump, acontece devido a injustas práticas comerciais chinesas.

O americano acusa Pequim de práticas comerciais desleais, como transferências tecnológicas forçadas de firmas americanas e o favorecimento de empresas chinesas com pesados subsídios.

CN/ap/afp/efe

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube 
App | Instagram | Newsletter