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China celebra 40 anos de reforma econômica

18 de dezembro de 2018

Em discurso marcado por pressão para que Pequim acelere suas reformas, presidente chinês apresenta panorama do avanço social e econômico da China nas últimas quatro décadas.

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Foto de comemoração de 40 anos de abertura econômica em Pequim
Comemoração de 40 anos de abertura econômica em PequimFoto: Reuters/J. Lee

Em quatro décadas, a China transformou-se, de uma sociedade agrária voltada para si, na segunda maior economia do mundo e numa superpotência emergente, mostrando forte presença no cenário internacional.

Durante a comemoração do 40º aniversário da reforma e da abertura do país, o presidente Xi Jinping reivindicou nesta terça-feira (18/12) a força da China no mundo e advertiu que "ninguém está em posição de ditar ao povo chinês o que deveria fazer".

Em seu discurso no Grande Palácio do Povo, Xi afirmou, além disso, que o país não vai parar com seu processo de abertura ao exterior e que a China "continuará implacável no caminho do socialismo com características chinesas".

Ao comemorar o avanço econômico da China, na sede do Legislativo chinês em Pequim, Xi Jinping também estava ciente dos ventos contrários enfrentados pela economia chinesa, incluindo uma amarga disputa comercial com os Estados Unidos, a crescente dívida do setor público e dados econômicos lentos.

Em novembro, a produção industrial da China ficou bem abaixo das expectativas, e o importante setor de varejo teve seu pior mês desde maio de 2003.

No final dos anos 1970, o antigo líder Deng Xiaoping foi o arquiteto das reformas econômicas que prepararam o caminho para a ascensão da China, mas Xi pôs sua marca indelével na economia durante seus seis anos no poder. Em público, Xi faz questão de mostrar continuidade com reformas iniciada por Deng, mas, na realidade, os dois líderes têm estilos profundamente diferentes.

Deng introduziu reformas de livre mercado ao proclamar: "enriquecer é glorioso". Para Xi, a reafirmação do controle estatal sobre a economia, com o Partido Comunista e sua liderança no centro, é o foco de seu "sonho chinês".

Há pedidos para que a China diminua o controle estatal centralizado da economia reduzindo os subsídios industriais, criando condições equitativas para empresas estrangeiras e reprimindo o roubo de propriedade intelectual e a transferência de tecnologia.

Atualmente, a China ocupa a 59ª posição entre os 62 países avaliados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com base na abertura ao investimento estrangeiro.

As reformas ajudariam a aliviar as tensões comerciais com os Estados Unidos. Xi fechou um acordo com o presidente dos EUA, Donald Trump, à margem da cúpula do G20, na Argentina no início de dezembro, mas o cessar-fogo pode estar ameaçado desde a prisão de Meng Wanzhou, executiva da gigante de tecnologia Huawei, no Canadá.

Ela foi detida a pedido de autoridades americanas que estão buscando a extradição da empresária por supostas violações de sanções contra o Irã. A China respondeu com a prisão de dois cidadãos canadenses, aumentando as tensões.

O tabloide nacionalista chinês Global Times, que vem da mesma editora que publica o Diário do Povo oficial, adotou um tom beligerante, dizendo que Pequim precisava "selecionar meticulosamente alvos contrários" para países que ameaçam os interesses da China aprender sua lição.

"Não importa quão difícil seja a situação, a abertura sincera não é contraditória a uma defesa razoável dos interesses da China", afirmou o tabloide.

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