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Energia nuclear na China

14 de março de 2011

Apesar do drama nuclear que aflige o vizinho Japão, China aprova grande programa de energia nuclear. Além dos 13 reatores operantes, 25 estão em obras e outros 50, em planejamento. Há propostas para mais 70 reatores.

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Congresso Nacional do Povo ocorre anualmente em PequimFoto: AP

Imperturbável diante do desastre atômico no Japão, o governo da China aposta todas as cartas no desenvolvimento da energia nuclear. Só nos próximos cinco anos devem ser iniciadas as construções de 40 reatores adicionais no país. Essa é a previsão do novo plano quinquenal, endossado pelo Congresso Nacional do Povo, sem qualquer debate, nesta segunda-feira (14/03) em Pequim.

O governo garantiu que vai considerar "algumas lições" do acidente no Japão. "Mas a China não modificará seu compromisso e planos para o desenvolvimento da energia nuclear", disse o vice-ministro do Meio Ambiente, Zhang Lijun, segundo a mídia estatal.

De 10,8 para 86 gigawatts

A China possui 13 reatores nucleares em operação, com capacidade total de 10,8 gigawatts. Até 2020, essa capacidade deverá ser multiplicada por oito, subindo para 86 gigawatts. No país, existem atualmente 25 reatores nucleares em construção e outros 50 em planejamento. Além disso, há propostas para 70 reatores adicionais.

Com a expansão do uso da energia nuclear, em proporções jamais vistas, a China, maior consumidor de energia do mundo, quer combater a escassez energética e reduzir sua dependência de importações de carvão e petróleo.

Tianwan Atomkraftwerk in Lianyungang
Usina nuclear de Tianwan. Meta é multiplicar capacidade por oitoFoto: dpa/picture-alliance

A China também quer reduzir suas emissões de dióxido de carbono: no momento, o país é o maior poluidor mundial. Até 2015, o plano quinquenal tem por meta reduzir em 17% as emissões de gases de efeito estufa por cada iuane gerado. Em termos absolutos, a China continua aumentando sua contribuição para as alterações climáticas devido ao forte crescimento. Hoje dois terços da energia chinesa são retirados do carvão.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, pretende reduzir o ritmo de crescimento econômico dos mais de 10% anuais para 7%, com vista a uma maior sustentabilidade. Ele prometeu acirrar a luta contra a inflação, que atingiu 4,9% em fevereiro e irá continuar a subir.

Elevar eficiência do desenvolvimento econômico

Wen Jiabao disse que a desaceleração do crescimento econômico do país para 7% até 2015 "mostra a determinação da China em transformar o padrão de desenvolvimento". "Nos próximos cinco anos e além, a transformação do padrão de desenvolvimento da China será nossa tarefa prioritária", disse. O objetivo é "elevar a qualidade e a eficiência do desenvolvimento econômico chinês", acrescentou, em entrevista coletiva concedida após o encerramento do Congresso Nacional do Povo.

Em 2010 a economia chinesa cresceu 10,3%, tornando-se a segunda maior do mundo, depois dos Estados Unidos. Wen Jiabao sustentou que "a China permanece um país em vias de desenvolvimento, com uma enorme população, frágeis bases econômicas e um desenvolvimento desequilibrado".

Constitucionalmente, a Assembleia Nacional do Povo é "o órgão supremo do poder de Estado" na China. Seus cerca de 3 mil delegados se reúnem uma vez por ano em Pequim, durante nove ou dez dias. Na sessão concluída hoje, a assembleia aprovou também o orçamento estatal e os relatórios dos principais magistrados do país.

MD/dpa/lusa
Revisão: Augusto Valente