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China admite deficiências na resposta ao coronavírus

3 de fevereiro de 2020

Pequim defende melhorias no sistema de gerenciamento de emergência e proibição do comércio ilegal de animais silvestres. Governo chinês acusa ainda Estados Unidos de provocar pânico.

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Funcionário confere temperatura corporal de passageiros em estação de metrô de Guangzhou, na China
Funcionário confere temperatura corporal de passageiros em estação de metrô de Guangzhou, na ChinaFoto: Imago Images/Xinhua/Liu Dawei

A China admitiu nesta segunda-feira (03/02) deficiências e dificuldades na resposta ao surto do novo coronavírus, que já deixou 361 mortos e mais de 17,2 mil infectados no país. O vírus foi detectado no final do ano passado na metrópole Wuhan.

O Comitê Permanente do politburo, o órgão de sete membros que dirige o país, pediu melhorias no "sistema nacional de gerenciamento de emergências", após "deficiências e dificuldades expostas em resposta à epidemia", segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

"É necessário fortalecer a supervisão de mercado, proibir e reprimir severamente os mercados e comércio ilegal de animais silvestres", afirmou o politiburo.

As primeiras infecções do vírus, batizado de 2019-nCoV, foram detectadas na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado e remontam a um mercado de animais selvagens e peixes, que agora foi fechado. O vírus pode ter sido transmitido através do contato direto entre humanos e animais, ou simplesmente através do ar.

O governo chinês afirmou ainda que necessita "urgentemente" equipamentos médicos e máscaras cirúrgicas, além de roupas e óculos de proteção para controlar o surto. Autoridades de províncias, que somam mais de 300 milhões de habitantes, ordenaram o uso de máscaras em público num esforço para conter o coronavírus.

Pequim atacou também os Estados Unidos e acusou Washington de provocar pânico com sua resposta ao surto, que prevê proibições de entrada no país a estrangeiros que estiveram recentemente na China.

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O vírus se espalhou para mais de 24 países e muitos governos impuseram proibições de viagem a pessoas vindas da China semelhantes às adotadas pelos EUA. Muitas nações estão retirando seus cidadãos do território chinês e várias companhias aéreas cancelaram voos de e para a China.

De acordo com a porta-voz do Ministério do Exterior da China, Hua Chunying, os Estados Unidos não fornecerem nenhuma ajuda substancial durante o surto. "Pelo contrário, os EUA foram os primeiros a retirar os funcionários de seu consulado de Wuhan, os primeiros a sugerir uma retirada parcial de funcionários da embaixada, os primeiros a anunciar a proibição de entrada de cidadãos chineses", afirmou.

Hua disse que essas ações ocorreram depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) deixar claro que não recomenda restrições de viagens e comércio com a China. A porta-voz destacou que a atitude americana "poderia criar e espalhar pânico".

Antes de ordenar a proibição de entrada de cidadãos chineses e estrangeiros que estiveram recentemente na China, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que estava disposto a oferecer a "ajuda necessária" a Pequim.

A proibição de viagens veio apesar de recomendações da OMS, que declarou o surto emergência de saúde global. Hua disse que a China pode vencer a "guerra" contra o coronavírus e proteger a vida de seus cidadãos e estrangeiros que se encontram em seu território.

Além dos EUA, Austrália, Nova Zelândia e Israel proibiram a visita de estrangeiros se eles estiveram recentemente na China e também alertaram seus cidadãos a não realizarem viagens para o território chinês. Mongólia, Rússia e Nepal fecharam suas fronteiras terrestres com o país.

Iniciado em dezembro, o surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus, semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo durante uma epidemia ocorrida entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China.

Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias.

CN/apf/dpa

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